Hidrogênio verde: energia sustentável do nosso futuro?

Hidrogênio verde: energia sustentável do nosso futuro?

Podemos dizer que o hidrogênio em sua concepção de conhecimento popular, corresponde a um dos elementos químicos mais conhecidos, juntamente com o oxigênio. Em termos químicos, o mesmo representa o elemento em maior abundância no universo, ao lado do hélio, uma vez que é o combustível de toda estrela, tal como o sol. Por outro lado, em relação apenas ao nosso planeta Terra, o hidrogênio ocupa a quarta posição em termos de quantidade, logo após a sequência do oxigênio, silício e alumínio. Normalmente, conhecemos o hidrogênio na forma molecular (H2), ou seja, dois átomos de hidrogênio ligados por uma ligação covalente simples, porém, muito mais que isso, o hidrogênio de forma geral, faz parte da composição de inúmeras outras substâncias orgânicas e inorgânicas que conhecemos. 

Considerando-se a abundância do hidrogênio no universo, porém como não podemos obtê-lo de forma pura na natureza, torna-se necessário a adoção de um processo químico para isso, processo este conhecido como eletrólise, ou seja, um processo físico-químico (reação química) com a utilização de energia elétrica, visando a produção de substâncias simples ou compostas. Tal qual, como neste caso, onde este processo tecnológico com base na geração de hidrogênio pode gerar um combustível universal, leve e muito reativo, o hidrogênio verde.

No caso da molécula da água (solução aquosa – sal, ácido ou base), de forma simplificada, o processo da eletrólise de duas moléculas de água (2H2O) provoca a quebra destas duas moléculas em três outras moléculas livres, sendo duas de hidrogênio (2H2) e uma de oxigênio (O2), ou seja, teremos [2(H2O) = 2H2 + O2]. Explicando melhor, ao aplicar-se uma tensão elétrica nesta solução aquosa, ocorre uma ionização ou uma dissociação iônica, dando origem a íons livres, sendo que num dos tubos ocorre a formação de gás hidrogênio (H2) e no outro a formação de gás oxigênio (O2).

Para entender melhor a necessidade destes procedimentos tecnológicos, devemos especificar que, embora o elemento químico hidrogênio predomine no universo, o faz na forma de hidrogênio simples, não podendo ser caracterizado como hidrogênio verde. O hidrogênio verde, da mesma forma que a energia solar (células fotovoltaicas) representa atualmente uma das melhores alternativas para a sustentabilidade ambiental, possibilitando atividades de produção e desenvolvimento socioeconômico sem os efeitos impactantes e prejudiciais resultantes da utilização da energia de combustíveis fósseis, assim como hoje utilizamos corriqueiramente.

Associado a informação de que, por volta de 95% da produção de hidrogênio global atualmente, depende de combustíveis fósseis, é evidente e urgente que devemos preconizar uma rápida mudança na utilização dessas fontes de energia que predominam hoje em dia, para aquelas fontes de energia limpas e renováveis, entre as quais encontramos o hidrogênio verde como elemento essencial nesta configuração de matriz energética para o futuro sustentável de nosso planeta.

Entretanto, tais mudanças exigem políticas públicas a médio e longo prazo, uma vez que demandam desenvolvimento de tecnologias específicas e inovações mais eficazes para a obtenção deste produto, o que requer investimentos de maior monta para a instalação de um competente processo de transição no modelo de matriz energética, assim como no processo de descarbonização, representado pela “redução nas emissões de carbono na atmosfera, em especial do dióxido de carbono (CO2), objetivando um equilíbrio na emissão de gases de efeito estufa (GEE) e estabilidade nas mudanças climáticas em andamento.

Imagem de Roman por Pixabay

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