Nosso futuro frente às mudanças climáticas no planeta
Não restam dúvidas que as atividades antrópicas têm provocado graves situações de mudanças climáticas em nosso planeta, especialmente em relação ao aumento da temperatura global, que por sua vez desencadeiam uma série de outros efeitos colaterais desastrosos para a natureza. Entre estes desequilíbrios, notadamente, observamos alterações no ciclo hidrológico (ciclo da água), o que tem provocado grandes inundações em virtude da distribuição irregular das chuvas e, sobretudo pela falta de planejamento do ser humano em relação às questões ambientais atuais, uma vez que grande parte da nossa população ainda vive tal qual seus milenares ancestrais, como se ainda tudo perdurasse em perfeito equilíbrio e harmonia na natureza.
O 6o Relatório de avaliação do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima - 2022), aponta que, especialmente em relação as mudanças climáticas relacionadas aos efeitos tais como o aumento gradativo da temperatura, chuvas irregulares em distribuição e em quantidades, associadas as alterações pela falta de planejamento e má gestão promovidas pelo homem no planeta, tem ocasionados mudanças desastrosas, diretamente e indiretamente para todos os biomas terrestres, o que fatalmente levará em breve ao caos generalizado, principalmente pela falta da água potável e pela escassez de alimentos.
Infelizmente, tais previsões já se encontram respaldados em situações pontuais, mas que serão generalizadas em futuro próximo, em ecossistemas e populações mais fragilizadas e que se mostram incapazes de ações proativas num planejamento e manejo de gestão estratégica na lida coletiva em busca de soluções que venham refrear um dos adventos mais dolorosos na história da humanidade (seleção natural?), inclusive delineados no IPCC-2022 (Mudança Climática: impactos, adaptação e vulnerabilidade).
Isto inclui, desde aspectos globais de saúde e seus equivalentes, passando por simples questões e meios associados à nossa própria subsistência e sobrevivência, assim como às questões de infraestrutura crítica, incluindo processos de produção energética e de todos os modais de transportes que serão massivamente atingidos pelas ondas de calor, tempestades, inundações, deslizamentos de terra, além de outros processos climáticos mais lentos, porém também letais, tais como a elevação da temperatura e, portanto, do nível do mar.
O meio acadêmico científico tem apontado algumas diretrizes, mas que estão sendo negligenciados pelos gestores de política públicas em seus processos de implementação e execução prática. Tal afirmativa pode ser respaldada diante dos medíocres resultados alcançados em algumas propostas de redução e controle na emissão de gases (não somente o CO2) e outros processos de controle de temperatura, embora a maioria dos países signatários tenham acordados compromissos de limitação e/ou redução destes parâmetros nas últimas décadas, em especial o Brasil.
Para minimização destes efeitos catastróficos, embora sejam efeitos naturais, há que se avaliar detalhadamente e de forma interdisciplinar todos os possíveis impactos, riscos e adaptações dos efeitos das mudanças climáticas, sobretudo nas regiões urbanas, ponto mais crítico e vulnerável em todos os sentidos, considerando-se principalmente os aspectos socioeconômicos agregados a esta população e que corresponde a mais da metade da população mundial.
Por fim, cumpre lembrar que não se trata de ser alarmista ou pessimista, e tampouco mensageiro das catástrofes e hecatombes das mazelas ambientais (fora outras dezenas de calamidades provocadas pelo próprio homem), mas apenas uma análise técnica e racional que se respalda no conhecimento da ciência da tecnologia, com o objetivo de propor algumas reflexões sobre tais assuntos de interesse coletivo mundial.
Imagem de juanmamontero por Pixabay