ANÁLISE DA OBRA “OS RETIRANTES” DE CÂNDIDO PORTINARI E SEU DIÁLOGO COM A ATUALIDADE

ANÁLISE DA OBRA “OS RETIRANTES” DE CÂNDIDO PORTINARI E SEU DIÁLOGO COM A ATUALIDADE

Isabela  Martins Cazula

 

A obra “Os Retirantes” produzida em 1944 pelo artista brasileiro Cândido Portinari, retrata uma família que precisa abandonar sua terra para fugir da miséria e da fome. Os tons escuros e as figuras fantasmagóricas revelam uma situação desumana que infelizmente ainda é vivenciada por muitos. No momento presente, onde a pandemia da Covid-19 escancarou a desigualdade social brasileira, além das inúmeras vidas ceifadas pelo vírus, a fome e a pobreza se mostram mais evidentes a cada dia e estão presentes no cotidiano de muitas famílias, que lutam para sobreviver com o mínimo, sem nenhum amparo governamental. Desse modo, é possível perceber como o quadro de Portinari se mantém atual e conversa com o contexto que estamos vivendo, visto que, ainda hoje, enquanto alguns governantes alegam que o Brasil está no auge de seu desenvolvimento, na realidade ele se tornou palco da fome, da pobreza, da falta de empatia, do retrocesso. Os retirantes dos dias atuais ainda vagam todos os dias, com seus semblantes cansados, em busca de melhores condições de vida. Porém, permanecem à margem da sociedade, onde foram abandonados à sorte (ou azar) do acaso, sendo constantemente rodeados pela paisagem sufocante e sem perspectiva, tal como pintou Portinari. Qual caminho espera aqueles que não têm mais o que esperar?

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