A EDUCAÇÃO EM AMBIENTES NÃO FORMAIS DE ENSINO

A EDUCAÇÃO EM AMBIENTES NÃO FORMAIS DE ENSINO

Thaís Ângela C. Morandini

Profa. Dra. Andrea Coelho Lastória

Profa. Dra. Elaine Assolini

 

A Educação é constantemente desafiada pelas transformações políticas, econômicas e culturais. Atualmente vivemos um momento impar em nossa sociedade e que nos impõe uma série de comportamentos, como o isolamento social, que impacta diretamente no contexto educacional.

O processo educacional pode contar com três importantes âmbitos para que seja desenvolvido de forma ampla. São eles, o ensino formal, o ensino não-formal e o informal, que podem ser considerados complementares. Tais âmbitos são constituídos por diferentes características e ideais, neste texto aprofundamos reflexões a respeito da importância do desenvolvimento de práticas educativas realizadas em ambientes não-formais de ensino.

Destacamos que o ensino não formal é intencional, ou seja ocorre de forma planejada e não pode ser considerado espontâneo. Com isso, destacamos que o professor tem um papel fundamental nesse processo.

O profissional da educação deve levar em conta os diversos contextos onde os estudantes estão inseridos e as variadas linguagens presentes em nossa sociedade, tendo em vista a construção de uma educação voltada para a cidadania.

Ao apontarmos que nosso maior objetivo educacional é a formação cidadã, buscamos em nossas práticas educativas colaborar para que os estudantes possam construir suas leituras de mundo, de forma autônoma e crítica.

Para que os estudantes tenham subsídios para a construção de tal leitura, consideramos que as práticas educacionais em ambientes não-formais de ensino, podem fazer a diferença. Afinal, quais práticas são essas? E de que forma elas poderão colaborar com este objetivo? É possível desenvolve-las neste momento de pandemia?

As práticas de ensino não-formal são desenvolvidas em ambientes como: museus, exposições de artes, parques, praças, entre outros. Nestes locais o professor poderá explorar as diversas linguagens presentes, como a musical, a das artes plásticas e cênicas, além de proporcionar para o estudante o contato com elementos históricos.

É importante que tais práticas se relacionem com as reflexões e com os conteúdos que estão sendo trabalhados em sala de aula, para que a saída a campo possa ser aprofundada e melhor aproveitada.

Ressaltamos que o ensino em ambientes não-formais pode contemplar a localidade do estudante. Dessa forma, proporciona a construção de reflexões importantes sobre o bairro, a cidade e a região. Ao conhecer e refletir sobre a localidade o estudante poderá problematizar e compreender o que está a sua volta, ou seja tal prática educativa poderá subsidiar a leitura e compreensão das realidades.

Na cidade de Ribeirão Preto podemos contar com o material denominado “ALMANAQUE DE ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO DA REGIÃO METROPOLITANA DE RIBEIRÃO PRETO” que foi elaborado pelo Grupo de Estudos da Localidade – ELO que pertencente ao Laboratório Interdisciplinar do Educador – LAIFE da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – FFCLRP/USP e é coordenado pela professora Andrea Coelho Lastória.

Para elaborar tal material o grupo reuniu professores e alunos de diversas áreas do conhecimento e etapas da educação. O grupo ELO se dedica a estudos da localidade, compartilhamento de práticas pedagógicas das áreas específicas do conhecimento, ao estudo das políticas públicas educacionais e produção de materiais para fins didáticos além de iniciativas voltadas a extensão.

Tal material apresenta locais e suas possibilidades educacionais. O Almanaque menciona ambientes como jardins públicos, cemitérios, estações meteorológicas, fábricas e assentamentos rurais, entre outros. São levadas em conta suas localizações, horários de funcionamento, contatos, cuidados necessários ao visitá-lo. Além de relacionar conteúdos que podem ser explorados pelos docentes em tais ambiente.

Conforme já mencionamos o ensino em ambiente não formais pode proporcionar o trabalho com as diversas linguagens e os diferentes contextos, colaborando para que o estudante construa sua leitura e compreensão de mundo, fazendo com que o processo educacional se torne mais contextualizado e voltado para a cidadania.

Podemos considerar que as saídas a campo colaboram com a construção de práticas educativas inovadoras, mais dinâmicas e atraentes para os estudantes. Entretanto, é possível não deixar tal pressuposto de lado, ao pensarmos as aulas em tempos de isolamento social?

Os recursos tecnológicos poderão ser nossos aliados neste contexto atual. Algumas possibilidades estão sendo disponibilizadas por museus e monumentos ao redor do mundo. Alguns exemplos são de saltar os olhos, pois poderemos explorar locais que são ícones da arte e da cultura mundial, como o

Museu do Louvre, localizado em Paris na França, pelo

https://www.louvre.fr/en/visites-en-ligne

O museu do Vaticano, link:

https://www.museivaticani.va/content/museivaticani/it/collezioni/catalogo-online.html

e o The Metropolitan Museum Localizado em Nova York, Estados Unidos:

https://www.metmuseum.org/art/online-features/met-360-project

Destacamos o site https://eravirtual.org/ que proporciona visitas virtuais em diversos museus, cidades históricas e monumentos brasileiros, como o Theatro municipal do Rio de Janeiro, o museu da Inconfidência e a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais.

Estes são apenas alguns exemplos, muitos outros ambientes que podem ser locais para o ensino não formal, estão disponibilizando visitas online, muitas vezes com a opção guiada.

Ressaltamos que as visitas presenciais proporcionam outro panorama de envolvimento e experiências, pois os diversos sentidos são acionados, por exemplo o olfato e o tato, além de uma imersão completa nestes valiosos locais, que estão transbordando cultura, arte e história.

Infelizmente, as práticas educativas vêm sofrendo muito com os impactos do isolamento social. Nossos estudantes, muitas vezes, estão sem aulas ou tendo acesso à formas precárias e esvaziadas de ensino.

Nós professores, estamos com uma altíssima demanda de trabalho, tentando dar conta das novas situações e construindo formas de manter nossos estudantes envolvidos, ativos e construindo conhecimento.

Finalizamos este texto, deixando dois recados, o primeiro é que a educação em ambientes não formais de ensino pode proporcionar práticas educativas inovadoras, criativas e voltadas para a formação cidadã. O segundo é de que precisamos nos manter próximos à esse pressuposto, pois esta pandemia vai passar e todos nós, professores, estudantes e cidadãos, temos valiosos ambientes, próximos ou mais distantes, para conhecer, e lá poderemos nos envolver com suas linguagens e com a nossa diversidade cultural.

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