GRUPOS DE MÃES NO WHATSAPP: a tecnologia facilitando as relações

GRUPOS DE MÃES NO WHATSAPP: a tecnologia facilitando as relações

         Quero conversar com vocês sobre os grupos de mães no WhatsApp. Se o seu filho está entrando na escola agora, prepare-se: você mal piscou e… pííí. Foi incluída em uma dessas comunidades virtuais.

         Essas comunidades podem ser lugar de cooperação e ajuda e podem servir como rede de proteção igual àquelas de antigamente, quando nossas avós podiam contar com todas as irmãs, tias e vizinhas para a criação dos filhos, bastava, apenas, bater na porta.

         A tecnologia facilita algumas relações e ferramentas como o whatsApp, permitindo que grupos conversem de forma privada sobre os mais variados assuntos. No entanto, tais grupos possuem diferentes objetivos, e a clareza desses objetivos e limites é objeto da reflexão que propomos aqui.

         Como todo tema difícil, precisamos assumir o desafio de enfrentá-lo e entendemos que uma boa conversa e o esclarecimento de como a escola vem interpretando o fenômeno “conversas entre pais nos grupos de WhatsApp” se torna necessária e urgente.

         A tecnologia, neste caso o WhatsApp, facilita algumas relações, permitindo que grupos conversem de forma privada sobre os mais variados assuntos. No entanto, tais grupos possuem diferentes objetivos, e a clareza desses objetivos e limites é objeto da reflexão propomos aqui.

         Em algumas escolas, a maioria dos pais participa de grupos para trocar informações relacionadas ao dia a dia das crianças.

         Entendemos que esse canal ajuda muito a tratar rapidamente de assuntos corriqueiros que envolvem toda sorte de combinados, os quais podem vir a fortalecer as relações de convívio e permitem divulgar e promover programas culturais entre as crianças, bem como facilitam a organização de rodízios e caronas, comunicam festas e aniversários, divulgam ações comunitárias, alertam para adoecimentos contagiosos (e que já foram comunicados pelos pais e responsáveis à escola, ufa!), promovendo, de fato, aproximação e uma cultura colaborativa entre as famílias.

         Esse é o aspecto que vemos como mais positivo desses grupos: ampliaram as rodas das portas da escola e incluíram aqueles que não dão conta de levar e buscar seus filhos todos os dias.

         Em alguns casos, aparecem, também, temas que geram desconforto entre os participantes dos grupos de WhatsApp, assuntos que promovem desavenças e interpretações precipitadas de fenômenos inerentes ao cotidiano escolar.

         Há situações, por exemplo, nas quais a escola é informada indiretamente sobre cenas distorcidas do cotidiano, parcialmente analisadas com uma lupa sobre ações de crianças e/ou professores, nas quais, via de regra, há estigmatizações, prejulgamentos superficiais e, muitas vezes, deixando de lado o principal interessado em esclarecer qualquer ocorrido, a coitada da escola!

            À escola resta, nessas circunstâncias, realizar um conjunto de ações com vistas à comunicar e esclarecer encaminhamentos que deveriam fazer parte da confiança básica dos familiares em relação aos profissionais. Nesse sentido, é importante que conversas e encontros pessoais aconteçam, a fim de que situações desconfortáveis ou equivocadas possam ser  esclarecidas, promovendo o bem-estar e a segurança do aluno, foco principal de toda escola

         Parece que o aplicativo WhatsApp veio mesmo para ficar, tornando-se, a cada dia que passa, mais sofisticado e cheio de recursos. Daí a relevância de sabermos escolher muito bem as mensagens que (re)produzimos, ainda mais na posição de sujeito-pai, mãe ou professor. Façamos, portanto, o melhor com a tecnologia que temos à disposição.

 

Profª Drª Elaine Assolini

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