HOMENAGEM AOS MEUS PROFESSORES

HOMENAGEM AOS MEUS PROFESSORES

Inicialmente, desejo agradecer a todos os professores que tive ao longo de minha vida escolar. Fui abençoada, pois, da Educação Infantil ao Pós-Doutorado, encontrei profissionais dispostos a ensinar, dedicados e que acreditaram em mim, fortemente. Sou grata a todos eles e, independentemente da comemoração do Dia do Professor, tento expressar minha infinita gratidão e eterno reconhecimento.

Não poderia deixar de dizer que os meus pais, Sonia e Raphael, sempre me ensinaram a amar e respeitar os meus professores. Sou de uma geração cujos pais desconfiavam de queixas, reclamações de seus filhos, buscando escutar o que os professores e pais de outras crianças, por exemplo, tinham a contar e a dizer.

Nesse contexto de homenagem e agradecimentos, faço questão de ressaltar que os meus alunos sempre foram excelentes professores, ensinando-me a buscar respostas para perguntas e problematizações não imaginadas, por mais bem preparada que a aula estivesse. Aprendi e continuo aprendendo com todos eles, ao longo de minha carreira no magistério, que se iniciou na Educação Infantil, em uma instituição privada de Ribeirão Preto, o Centro Universitário Moura Lacerda, à qual também sou grata.

Lembro-me com carinho de muitas perguntas dos pequenos, como, por exemplo: “a piscina que é funda vai ficar rasa se secar a água?”;  “ mas eu já sei ler e escrever, então, por que preciso copiar da lousa”; “ posso fazer do meu jeito”,  “ e se o rinoceronte casar com a girafa, tia?” e tantas outras, que guardo com amor e carinho.

Na posição de professora universitária e formadora de professores, aprendi que as perguntas são mais importantes que as respostas, propriamente ditas.  Aprendi, também, que, uma das riquezas de um grupo de estudantes reunidos em uma sala de aula de ensino superior, consiste nos sentidos múltiplos que vão surgindo, à medida que todos podem se expressar sem muita censura ou interdição.

 Nessa linha de pensamento, posso afirmar que os estudantes de graduação, tanto os que passaram pela minha história de docência, quanto os atuais, foram e são meus professores. Uma das situações de que mais gosto é quando um estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia, ou do curso de Licenciatura em Química, traz situações de estágio ou problemas vivenciados na posição de assistente de classe, para discutirmos; problemas que, a princípio, parecem-nos indecifráveis. O diálogo independente de provas, notas e outras exigências institucionais, revitaliza-me e me faz acreditar que é possível formar sujeitos professores que irão exercer a docência com responsabilidade, ética, confiança nos estudantes que irão passar por suas vidas e, sobretudo, posicionamento político. Aos estudantes de ensino superior desejo também agradece, pois os meus olhos sempre brilham ao entrar na sala de aula e encontrá-los à espera do que tenho a lhes dizer. Não imaginam, não pressupõem o quanto me ensinam. Quem sabe, talvez um dia, venham a ler esta breve reflexão e poderão descobrir que sempre digo para mim, ao final das aulas: “aprendi muito com essa turma”.

Como formadora de professores, coordenadores pedagógicos e gestores educacionais, o aprendizado se dá desde o momento da apresentação. A cada encontro, a aproximação afetiva vai se estreitando e aqueles que, em primeiro momento, aparentavam certo distanciamento, tomam a palavra e trazem problemas e questões inéditos, que não constam em livro algum. As possíveis respostas, ou encaminhamentos, nascem do e com o coletivo, o que produz rica heterogeneidade de vozes, sentidos, teorias e práticas. Aos educadores de maneira ampla, professores das redes públicas, estadual e municipal, de Ribeirão Preto e região, dedico o meu carinho e trabalho árduo, como forma de lhes agradecer por todos os ensinamentos, provocações e mudanças em minha vida pessoal e profissional.

Termino esta breve e singela reflexão destacando que o contato, o diálogo e a interação com o outro, mesmo em momentos pouco confortáveis me trazem aprendizado e experiência. Aprendizado que me faz (res)significar e (re)pensar teorias, saberes, práticas, escolhas e posições. Experiência “(...) que me passa, que me acontece, que me toca” (LAROSSA, 2002, p. 19). Experiência que me enriquece e me faz humilde e ousada, porque única, singular, nascida de minhas próprias alegrias, angústias, sofrimentos e temores. 

Por tudo isso, e, também, por tantos sentidos não materializados aqui, sou grata. Saliento que não me esqueço de colocar, no meu pote de agradecimentos, os saberes e aprendizados que a docência e todos aqueles que me constituem me trazem. Sou uma professora feliz e apaixonada. Gratidão infinita.

Profa. Dra. Elaine Assolini

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