O poder da palavra

O poder da palavra

Ademir Braga da Silva

Filomena Elaine Paiva Assolini

Fabiana de Oliveira Ribeiro      

 

   A espécie humana tem desenvolvido há milhares de anos formas de se comunicar com o intuito de enviar e receber mensagens para indicar suas necessidades, planos e desejos.      Para isso criou sistemas de sinais, gestos, desenvolveu a fala, a escrita, e dessa forma ampliou significativamente suas comunidades, meios de produção e organização social. Porém, o elemento crucial para a efetivação desse processo comunicativo é a palavra, seja de forma escrita ou oral. É ela que é capaz de trazer soluções, mas também, conflitos para a sociedade, se mal usada.

         Desde a micro esfera social, como a família, ou na macro esfera, relações  políticas entre países e continentes, por exemplo, a palavra tem papel preponderante na comunicação, condução e desfecho das várias situações sociais do cotidiano humano. No contexto familiar o bom uso da palavra pode incentivar e possibilitar uma relação harmônica entre pais e filhos, mesmo que nos contatos sociais sempre apareçam discórdias e tensões, sem a palavra certa, a convivência pode tornar-se ainda mais árdua.

Embora, algumas vezes, o que prevaleça sejam as palavras que ferem os sentimentos das pessoas, gerando mágoas e traumas difíceis de serem superados no decorrer da vida, ainda assim, é a própria palavra que resolve o problema, como na existência de ciências como a psicanálise, por exemplo, que pela palavra, ah! a palavra! cura o que as palavras “ruins” estragaram.

No ambiente escolar, na maior agência de letramento da sociedade, o professor pode, através das palavras, estimular positivamente os estudantes pela busca do conhecimento e de sua autonomia. Todavia, ele precisa estar sempre atento para não usar palavras que causem em seus alunos, o desencanto pelo aprendizado, sob penas que prejudicam a ambos. É um trabalho melindroso, este que pertence à docência: enquanto usa as palavras para conduzir, precisa, também, conscientizar os estudantes sobre o poder das palavras, tanto para o bem, quanto para o mal.

Além disso, é por meio da palavra, presente nas interações sociais, que podemos conhecer um pouco mais sobre o outro, sua sensibilidade, educação, caráter ou falta de tais características. O simples uso das “palavras mágicas”: bom dia, obrigado, por favor… já falam muito e por si só da personalidade de cada um. Por outro lado, se as pessoas costumam ser ríspidas e desagradáveis no falar, isso pode evidenciar muito sobre seu o mundo interior, crenças, sua sociabilidade ou falta dela. 

Evidentemente a palavra sozinha, não demonstrará o básico sobre a personalidade de   uma pessoa, isso virá acompanhado do tom de voz, gestos e outros comportamentos do indivíduo, entretanto, a palavra é a marca mais forte no processo de identificação e comunicação.

Em uma macro escala, analisando a política de um país, por exemplo, o poder da palavra pode gerar um efeito pacificador ou promover conflitos de proporções mundiais. Por isso a importância de se refletir sobre o poder das palavras e como elas devem ser utilizadas, se quisermos uma convivência social mais harmônica e respeitosa.

As palavras têm um poder imensurável nas relações humanas, capaz de ferir e magoar ou proporcionar ao outro profunda alegria e esperança, por isso precisamos aprender continuamente como usar melhor as palavras, de uma forma que acrescente algo de bom, que alegre e não entristeça, ilumine e não apague nossas esperanças de um mundo melhor.

Provavelmente, muitas vezes erraremos, e talvez até voltemos alguns passos no processo de desenvolvimento do uso das palavras, mas precisamos persistir e aperfeiçoar esse “recurso” em busca de uma sociedade mais compreensível, perspicaz e humana.

 

Compartilhar: