RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A SALA DE AULA

RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A SALA DE AULA

Yasmin de Melo

                           Profa. Dra. Elaine Assolini

 

Em tempos difíceis, como este que estamos vivenciando, damos-nos conta da importância das relações interpessoais. As relações interpessoais estão presentes em nossa vida desde o período gestacional e, indubitavelmente, são de extrema importância para a formação psíquica do sujeito e, consequentemente para o âmbito escolar.

Essa importância também pode ser estendida no à palavra aula. Se procurarmos a palavra aula no dicionário, encontraremos: exposição sobre determinado conhecimento, realizada por um professor e dirigida a um ou mais alunos. Desde o início da formação do professor, em cursos de licenciatura, a relação harmoniosa e respeitosa com os alunos é sempre destacada. Sem uma relação saudável entre estes dois protagonistas da sala de aula, o aprendizado, certamente, não será efetivo.

Assim como é necessário sabermos sobre o que se passa na vida de nossos amigos, também é importante sabermos o que se passa na vida dos nossos alunos. Mas afinal de contas, por que isso se torna tão necessário?

Uma forma de adaptarmos os conteúdos pertinentes é utilizarmos a tríade pensar, sentir e agir. Vivemos em uma sociedade com inúmeras discrepâncias. Em decorrência disso, temos alunos com realidades diferentes dentro da mesma sala de aula. Sendo assim, pensamentos, atos e sentimentos são diferentes nas vidas, histórias e experiências desses sujeitos.

 Muitas vezes, os alunos não conseguem ou, até mesmo, não possuem liberdade para conversar com os pais sobre determinados assuntos. Em muitos casos, os alunos acabam vendo o professor como figura paterna, com outros olhos, olhos afetuosos. Esses olhos são provenientes da atenção dada pelo professor, pela preocupação expressada. O professor acaba se tornando uma inspiração, um ponto de paz, assim dizendo. Com isso, a aula se torna leve, se torna algo prazeroso para o aluno, em consequência, o interesse pela disciplina é despertado.

Essa relação, esse cuidado, é construído com o tempo. Assim como qualquer outra relação, o diálogo, a observação, o contato, são de extrema importância. Um bom professor é aquele que coloca a empatia em prática dentro da sala de aula. Essa prática acontece quando o professor passa a se preocupar com o aluno, preocupando-se menos em transmitir exageradamente informações, e mais a sentir aquilo que o seu aluno está sentindo. Dessa forma, a Educação Bancária, tal como nos ensina Paulo Freire, abre espaços para diálogos, trocas de experiências e escutas sensíveis.

Vale salientar que a função de um professor é mais do que ensinar conteúdos de sua área, também é destacar a importância de respeitar o próximo, de colocar-se no lugar do outro. Talvez, um dos pilares para promover maior igualdade social, seja constituído por uma dose a mais de empatia na humanidade de maneira ampla e com os estudantes pelos quais somos responsáveis, de forma particular.

Uma dos poderes mais bonitos e prazerosos de um professor é inspirar. Como diz a ativista paquistanesa, Malala Yousafzai, - “Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo” -.

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