Do Destino

Do Destino

                                 do destino

Ontem, 13 de agosto de 2014, a nação assistiu, consternada e atônita, à tragédia que levou à morte o candidato à presidência da república, Eduardo Campos.

Entre flashses televisivos, notícias pela internet, comentários das redes sociais, fizemos nossa pausa para o almoço, que diante dos fatos, parecia algo até rude e insensível.

O anúncio da morte de um homem, já é motivo de tristeza.

A notícia da morte de um homem jovem, pai de família numerosa e que se preparava para fazer história nos deixa comovidos, emocionados, reflexivos.

O acidente poderia ter sido pior. A avião caiu sobre casas, região populosa, e ninguém de terra foi vítima fatal.

O destino quis que aquelas vidas, e só aquelas, tivessem sua trajetória interrompida,  seu tempo paralisado, como uma ação que não se cumpre, a gota que se desprende mas não cai, a mão que se levanta e não acena, a boca que se abre para nenhuma palavra.

O mundo suspenso.

Temos tantos exemplos !! Mudanças históricas não previstas por nenhum estudioso ou estrategista,  na dependência do destino..

Na hora da notícia trágica veio à mente de todos a situação do país. Quem substituirá o candidato morto, na corrida eleitoral ? E logo as notícias das mobilizações políticas se alastraram.

Mas, o que me vem à cabeça são os que eram  dele e por ele e que ficaram presos numa irremediável dor, mulher, filhos.

Este foi o meu primeiro pensamento do dia, pouco antes de ouvir a delicada questão colocada pelos meus chinelos, dita num sussurro de acolhedora intimidade -  Por quanto tempo ainda, seus pés tocarão o chão?

Diante de pergunta tão incômoda, sem resposta,  decidi que,  seja lá  por quanto tempo for, é preciso que eles andem a bom passo,  num caminho que justifique o ato, senão para quê?

Não é ?

Andemos bem , no tempo que se tem.

                                                        Eliane Ratier

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