Três plásticos

Três plásticos

Três Plásticos

 

Quem me conhece sabe que sou meio ecochata.

Ops! Talvez nem mais seja politicamente correto atribuir-me este adjetivo, pode ser que constitua bullying, mas você me entendeu.

Defendo as causas ecológicas e penso e repenso meus atos para tentar adequar-me ao processo.

Confesso que é difícil e ainda estou longe do meu objetivo, mas persevero.

Meu irmão também é da turma, é até guia oficial em uma reserva ambiental.

 Vive inventando moda para a gente seguir.

Recolhemos lacres de latinhas para as cadeiras de rodas, tampas plásticas para um instituto de cegos e, recentemente, ele me propôs o recolhimento de três plásticos por dia, abandonados na praia, ideia copiada de um português que tem a mesma pegada.

Tenho tido pesadelos com canudinhos entalados nas narinas de tartarugas, plásticos nos estômagos das aves, partículas mínimas poluindo toda a água e contaminando os peixes que consumimos.

A praia que frequentamos é relativamente limpa e, na ausência de plásticos recolhemos tampinhas de bebidas enferrujadas potencialmente danosas a pés infantís.

Mas a ideia do plástico subiu a serra e ando com ela por aí.

Temos visto grandes enchentes com perdas materiais e humanas, muito lixo entupindo os bueiros ou sendo carregado para os rios que vão dar no mar.

Sei da minha impotência, minha pequenez, mas farei minha parte.

Tenho recolhido os três plásticos propostos.

Ando atenta.

 

Eliane Ratier, fazendo olhos de lince na caça aos plásticos

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