Estratégias de combate ao COVID-19

Estratégias de combate ao COVID-19

À medida que mais países são arrastados para essa guerra contra o coronavírus, temos relatos de sofrimento e dor, mas, também, de estratégias bem-sucedidas. Segundo a reportagem do UOL “Coronavírus: 5 estratégias de países que estão conseguindo conter o contágio” de 18 de março, essas seriam as estratégias dos países que tem conseguido impedir a disseminação crescente do coronavírus:

1. Testes, testes e mais testes;

2. Isole os infectados;

3. Preparação e reação rápida;

4. Distanciamento social;

5. Promover medidas de higiene;

As três primeiras medidas dependem dos mais variados recursos. Precisamos de pessoas da área da saúde preparadas e organizadas, de material abundante para os testes e locais apropriados para isolar os infectados. Já as duas últimas são relativamente simples e dependem da conscientização da população. Por tudo isso, quero levantar duas questões. Mesmo que não faltassem recursos, estaríamos devidamente organizados para combater o coronavírus? A nossa população tem sido conscientizada dos riscos que corremos se negligenciarmos as recomendações dos epidemiologistas?

Em qualquer organização esperamos que nossos líderes definam metas e trabalhem em conjunto para alcançá-las. Em outras palavras, esperamos ver uma liderança organizada. Nesta perspectiva, em tempos de crise, esperamos que nossos governantes e que as autoridades competentes reconheçam o problema e transformem o combate ao mesmo na meta comum a ser perseguida. Infelizmente, não é isso que vemos no Brasil no momento e, por isso, questionamos se veremos as estratégias listadas acima em prática. Embora tenhamos alguns bons sinas, como o cancelamento das aulas, falta ainda um espírito de equipe que leve as nossas lideranças a trabalharem de forma organizada na mesma direção.

Infelizmente, as nossas lideranças não chegaram a um consenso. A resposta para a pergunta se existe ou não uma crise depende de quem a responde. Enquanto assistimos aos esforços do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o Presidente Jair Bolsonaro declara que há certa histeria sobre o vírus e que fará a festinha do seu aniversário. De fato, contra todas as recomendações, Bolsonaro participou das manifestações do dia 15 de março, entrando em contato com diversas pessoas.

De todo modo, os números vão se impor. Vemos a dramática situação da Itália. Já ocorreram as primeiras mortes no Brasil. Mesmo pessoas da cúpula do governo estão infectadas. Quando todos serão convencidos pelos fatos? Quando todos passarão a lutar a mesma guerra? Quanto antes isso acontecer, melhores serão nossas condições de nos organizarmos e de vencermos esta guerra, com o menor número de perdas possível. Por ora, a sociedade pode contar com os líderes e as autoridades que já entenderam a gravidade do problema e com os dedicados profissionais da área da saúde.

Como a liderança do país não fala a mesma língua, não é de assustar que falte conscientização à parte da nossa população, o que também afeta a implementação das estratégias listadas acima. Cancelam-se as aulas para evitar aglomerações e as pessoas se reúnem em áreas de lazer. Isto evidencia que falta conscientização de que o distanciamento social é importante. Alguns argumentam que a gripe comum mata mais idosos do que o coronavírus, como se este vírus pudesse ser ignorado. Afirmações como essas não nos ajuda a conscientizar a população que precisamos ficar atentos aos bons hábitos de higiene. É fundamental que nossas lideranças falem a mesma língua, reconhecendo a crise. Com isso, teremos maior êxito em conscientizar toda a sociedade.

A promoção da conscientização é relativamente barata, basta que todos falem a mesma língua, e nem isso conseguimos. O que esperar no caso das demais estratégias que dependem de mais recursos...

Créditos da imagem: Clay Banks, do Unsplash.

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