Remédios e vacina: quando a ciência importa?

Remédios e vacina: quando a ciência importa?

Hoje a sociedade brasileira se divide por causa de posicionamentos quanto a remédios e vacinas relativos ao covid-19. Alguns são favoráveis enquanto outros são contrários ao uso de certos remédios contra a covid-19 cuja eficácia, pelo menos ainda, não foi devidamente estabelecida por meio de estudos científicos. Ainda, alguns são favoráveis enquanto outros são contrários ao uso de uma vacina, quando esta for desenvolvida e disponibilizada.

Há os que se opõe a vacina por receio de que ela não seja segura uma vez que seu desenvolvimento teria sido apressado. Claro, está implícito nessa preocupação o receio de que haja pressão sobre os órgãos governamentais que avaliarão as vacinas desenvolvidas, liberando ou não o uso delas. Portanto, é a preocupação central neste caso diz respeito a adoção de uma vacina, que não foi devidamente desenvolvida e testada, por causa de pressões, especialmente políticas.

Pelo menos parte das pessoas que tem essa preocupação com a segurança de uma vacina, a qual é desenvolvida com ciência de qualidade, não manifesta a mesma preocupação com respeito aos remédios supostamente eficazes contra a covid-19. Neste sentido, pessoas contrárias à vacina são favoráveis ao uso de remédios que carecem de comprovação científica. Quando vemos governantes desconsiderarem a ciência e defenderem tais remédios, não estamos assistindo uma pressão política?

É curioso que alguns se preocupem com a pressão política quando se trata do desenvolvimento da vacina, mas não vejam problema na pressão política relativa a certos remédios. Nesta perspectiva, há uma preocupação em ouvir a ciência quando se trata da vacina, evitando-se pressões de qualquer natureza, mas não há a mesma preocupação em ouvir a ciência quando se trata da avaliação da eficácia de certos remédios no combate à covid-19.

 

Créditos da imagem: Hans Reniers, do Unplash.

Compartilhar: