O plágio e as cópias malfeitas

O plágio e as cópias malfeitas

É grande a tentação em usar o CTRL + C e o CTRL + V e alguns estudantes se utilizam da prática do plágio, que envolve questões éticas e legais.

 

Outro dia, conversando com professores e corretores de redação -, houve o relato de alguns casos de cópia parcial ou integral de trabalhos apresentados na faculdade e também em redações do Ensino Médio. Apesar de os colegas da área saberem que é algo recorrente, a prática ainda suscita, no mínimo, indignação.

Em tempos de trabalhos entregues em meio eletrônico, alguns estudantes consultam várias fontes na internet e, às vezes, acabam acionando o CTRL + C e o CTRL + V para “produzir” as suas obras. Alguns não devem saber que há programas específicos para detectar o plágio – como o NoPlag e o Plagium e, algumas vezes, o próprio professor, desconfiado da excelência súbita de qualidade do texto, arrisca afirmar que o trabalho fora inspirado em outras fontes.

Wilson Mizner, dramaturgo estadunidense, é citado no livro de Alberto J. G. Villamarín, "Citações da Cultura Universal"‎, por conta de sua frase sobre o tema: "Quando se rouba de um autor, chama-se plágio; quando se rouba de muitos, chama-se pesquisa". Assim, o estudante talvez pense que fez uma pesquisa e que, por esse esforço, tem o direito de copiar o texto de outro autor. Contudo, o plagiador deve saber que pode ser enquadrado no artigo 184 do Código Penal, que versa sobre a violação dos direitos do autor e que, alterado pela Lei 10.695/03, pode resultar em prisão de três meses a um ano ou aplicação de multa.

Antes mesmo da internet, um caso de plágio ficou famoso: o cantor escocês Rod Stewart copiou (como ele mesmo admitiu) a melodia de Taj Mahal, do brasileiro Jorge Ben Jor, e gravou a canção Da ya think I'm sexy? , sucesso que chegou a figurar entre as 500 maiores músicas de todos os tempos da revista Rolling Stone. Os dois intérpretes fizeram um acordo e Stewart doou os royalties do hit para a UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Os alunos que copiam pedaços ou o texto inteiro de outros autores, de fontes variadas na internet, precisam entender que o plágio é crime, mas mais que isso, essa atitude demonstra que não se soube ler, pensar, organizar ideias, desenvolver a própria produção textual. Ou seja, os estudantes precisam saber que há má-fé quando se copia um trabalho ou trechos dele. É uma vergonha se apropriar do suor dos outros. Além do mais, quem copia perde a credibilidade com seus professores e ainda pode ser visto como pessoa desonesta e antiética.

Você não merece ser uma cópia malfeita de você mesmo.

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