Professoras, Mestres, Caminhos...

Professoras, Mestres, Caminhos...

Neste Dia dos Professores, resolvi pensar em como os alunos nos veem, como se processa esse relacionamento que é cotidiano, às vezes maior que o contato que temos com nossa esposa, marido, filhos... Não queria ficar pensando se os estudantes deveriam ter mais respeito conosco para não termos casos como o da professora Marcia Friggi, agredida fisicamente por seu aluno. Também não queria ficar pensando se no Japão o Imperador curva-se ou não para o Professor. A tradição de se cumprimentar com um baixar de cabeça é tão comum para o japonês que tenho certeza que os dois, ao se encontrarem, vão se curvar em um cumprimento respeitoso pelo simples fato de serem seres humanos.

Fico pensando como um VESTIBULANDO vê o seu professor que, na verdade, tem que ser mais que um professor. Tem que ser treinador, um verdadeiro coach que irá levá-lo à vitória e à vaga na Universidade. A diferença está em ter um profissional que entenda a matéria – básico! – mas também entenda as regras do campeonato que você irá participar. É ótimo seu professor ser Doutor em Literatura, melhor ainda se ele souber quais são as características das provas que você quer prestar.

Mas nem sempre o olhar do aluno de cursinho se encontra na afinidade com o do seu professor. E quem tem a perder? Os dois. Os estudantes perdem porque não conseguem perceber que todo o conhecimento do professor deve ser passado para que se possa compreender a matéria e assim ter mais chances nas provas. Os professores perdem porque o foco de nossa profissão é ensinar, o melhor que pudermos, mesmo com as formas precárias que muitas vezes trabalhamos, mesmo com salários defasados e constantemente injustos, mesmo com a violência verbal e física, mesmo com o medo de muita coisa.

Desistir não é uma opção. Vou me lembrar de um dos meus mestres, Ricardo Chiavassa, Professor Lindóia, do Cursão em São Paulo. Um dos pensamentos dele foi “É fácil negar competência”. Falou isso uma vez porque nós, aos 14 anos de idade, não estávamos conseguindo solucionar um exercício de Matemática e desistimos, afirmando que não sabíamos fazer. Sim, é fácil falar que não dá pra fazer. É fácil dizer que o aluno não aprende, que o professor não ensina, que tá tudo ruim.

Mas, sabe o que fazer? Ainda mais que estamos às portas de mais um ENEM? Cabe a você, aluno, aluna, ter a admiração por você mesma (o), por estar nessa batalha tão árdua que são os exames vestibulares. É pensar que você merece respeito, que tem toda uma vida pela frente e, muitos desses professores já passaram por estradas que vocês podem passar um dia e, portanto, é bom saber onde se encontram os perigos. Por isso, que seus olhos brilhem ao receber conhecimento dos professores. Esse saber será a lâmpada para os seus caminhos.

Aos professores e às professoras, temos diariamente o desafio de voltarmos todos os dias ao nosso primeiro dia de aula, lembrar como foi... com todas as incertezas de nossa capacidade, com um frio imenso na barriga, com a pressão de uma sociedade que muitas vezes pouco nos valoriza, com a insegurança de quem está começando uma jornada que pode ser pela vida toda. Se você, colega de profissão, ainda consegue se lembrar desse dia, pense que o nosso aluno, a nossa aluna tem essas mesmas sensações descritas acima, todos os dias, na situação dele de jovem vestibulando que quer ser vencedor.

Obrigado, Professoras e Professores !

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