Deslocados, porém conectados

Deslocados, porém conectados

De um lado, o Coronavírus e, de outro, o vírus virtual sem identificação prévia definida. Um destrói vida humana; o outro, questões virtuais. Aparentemente, eles só têm em comum a capacidade de promover problemas. Mas, num tempo de pandemia por Coronavírus, que exige um deslocamento social de todas as interações pessoais que o mundo conhece como relações humanas, a rede que nos conecta uns aos outros é, justamente, a Internet que também é vulnerável à  a um ataque por algo tão pequeno e microscópico.  

Segundo a Wikipédia, "em informática, um vírus de computador é um software malicioso que é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulosos.” Tal como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, faz cópias de si e tenta se espalhar para outros computadores e dispositivos de informática.

Sendo assim, qual a relação entre eles para o momento atual? 

Torna-se bastante interessante pensar que a humanidade hoje estaria suscetível a um vírus biológico e a um cibernético para sua sobrevivência. Ou que, nos moldes atuais de sobrevivência, os humanos se conectaram de uma tal forma que, diante uma obrigação de deslocamento social estão se vendo na possibilidade de interagir uns com os outros de forma mais pessoal. 

Um vírus que derruba um sistema e reformula outro. Um vírus que desconstrói e oferece uma reformulação geral no cenário das conexões humanas. Com tanta velocidade nas fibras e sistemas, nenhum humano conseguiu conter um vírus biológico. Ele se propagou, contaminou como quis e a humanidade precisa se tornar mais higiênica para não queimar totalmente a placa de sua existência. Aos poucos, a internet nos ensina a ser aquilo que já devíamos saber.  Em questão de horas e dias, precisamos nos reestruturar para sermos mais fortes que um bichinho invisível a olho nu. 

Esse mesmo olho que abre as janelas de casa e vê um mundo bem diferente, como um sistema Windows com uma nova possibilidade e memória reiniciada e mais leve, é assim que os humanos têm a possibilidade de serem a partir de uma pane como essa. Todo aquele que quiser e puder, estará à frente de seu próprio programa tendo a oportunidade a criar novos arquivos e pastas com histórias melhores que antes da invasão. 

Estar ou não em crise, ser ou não infectado não é uma escolha de escolha como não há como controlar o recebimento de um produto ou um arquivo contaminado. Mas, prevenir o contágio tomando medidas que já são conhecidas pela Ciência e Tecnologia, é o que de mais humano e poderoso existe nesse momento. 

Um vírus é algo que não temos como controlar. Mas, temos como cuidar e respeitar nossa própria vida, assim como a dos nossos semelhantes e espécies que somos e com as quais temos uma total relação de dependência. 

Sendo assim, estar deslocados em "windows", conectados ou não virtualmente, é agir com compromisso, ética, discernimento e alinhamento ao mundo e a nós mesmos. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_de_computador

 

Imagem baixada do site Pinterest

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