Do caos à estrela

Do caos à estrela

O olhar no presente em meio a uma crise sanitária e econômica, que se torna social e, infelizmente, com toques de disputa política, precisa estar focado na reconstrução do mundo para a sobrevivência da espécie humana. 

Naturalmente, como condição para sobreviver, todos os seres precisam encontrar meios de satisfação das necessidades vitais, a fim de se manterem e se desenvolverem em sociedade baseados em características de adaptação, colaboração, competição entre outras. 

Sendo assim, como sobreviver no mundo, que já sofre os impactos causados pelo Novo Coronavírus e está cada vez mais competitivo como condição natural? Por que já é tão importante buscar uma nova postura mesmo nesse caos provocado pela Pandemia da Covid-19? 

Para Nietzsche, em "Assim falou Zaratustra", "é necessário possuir um caos dentro de si para dar à luz uma estrela brilhante". 

Por isso, quem realmente sentir o caos e tiver condições de continuar,  será mais competitivo e estará mais adaptado a nova realidade se  usar o instinto da sobrevivência a fim de se fortalecer e encontrar novos caminhos daqui pra frente. 

O momento pede ação assim como atitude de retomada que esteja conectada às necessidades humanas e naturais em primeiro lugar. A Pandemia trouxe à humanidade a oportunidade de aproximações e reencontros pessoais que estavam perdidos com os efeitos da Globalização, que por sua vez, ofereceu a era digital e vice e versa. Com isso, a grande questão é que, nesse momento, conectados pela necessidade de mais calma em desejos e questões, o mundo oferece, para a maioria, uma nova possibilidade de conexão baseada mais ainda na reflexão sobre a fragilidade da vida. 

Por isso,  o caos dessa tempestade precisa se transformar num clima novo de energia como uma metamorfose, assim como a borboleta livre que nasce da transformação de uma lagarta dentro de um casulo. Bem como canta Raul Seixas, "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". 

Dessa forma, cada um que quiser e puder se reconstruir após um período de casulo como o isolamento social, só dará vida a uma estrela linda, como disse Nietzsche, se estiver engajado pela própria necessidade de viver em um novo formato. E para que isso ocorra, parece essencial que novos caminhos sejam buscados, sendo que novos caminhos pedem novas habilidades e competências, o que no cenário global competitivo é uma característica fundamental na corrida para o sucesso e o destaque. Portanto, tendo o presente como um momento turbulento, porém cheio de  oportunidades, a esperança por um futuro melhor não pode ser a última a morrer e sim, aquela que abre portas e sustenta a luz da estrela. 

A  mesma estrela que brilhará no universo de um futuro próximo, mais humano e menos acelerado. 
Futuro do universo e de tudo o que ainda não se conhece. Por isso, a escolha pelo levantar,  andar e agir ao invés de , como Raul Seixas coloca em "eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada de dentes esperando a morte chegar...". 

  Sendo assim,  que a morte de um presente tão conhecido se transforme em um mundo novo, que tenha a contribuição de todos os que se entendem responsáveis pela criação de uma existência totalmente baseada em novas perspectivas, com compromisso e coragem de mudar tudo aquilo que não pode mais existir como é. 

Por isso, do caos de estar numa situação de passividade ao fato de poder protagonizar a criação de algo novo que brilhe e se destaque no universo da experiência humana, parece ser mais possível e emocionante, viver e descobrir novos caminhos emitindo ares de renovação. 

 

 

 

Imagem destaque com download grátis do Site Pixabay em 19/05/2020, como consta na imagem da galeria. 

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