A Educação pós-pandemia será divertida e cativante?

A Educação pós-pandemia será divertida e cativante?

“Eu gosto mais de assistir filme, porque além de ter muitos temas como terror, comédia, ação, romance etc., é um passatempo bom, pois eu posso fazer pipoca ou outra comida para acompanhar. Às vezes, dá medo, nervosismo, felicidade, curiosidade para ver o que vai acontecer nas próximas cenas, mas é muito divertido. O meu favorito é de comédia, porque além de ser engraçado, também me tira do estresse ou do tédio, no qual eu vivo ultimamente, melhorando meu humor". Esse relato foi tirado de um exercício proposto para uma aluna do 5ºano do Ensino Fundamental.

E por que esse trecho é tão relevante? O que ele traz como conceito para reflexão sobre a nova Educação pós-pandemia? Qual olhar deve ter a política pública para com todos os estudantes a fim de acolhê-los tanto cognitiva quanto emocionalmente no retorno às aulas esse ano e nessa fase de adequação a essa nova realidade educacional?

A relevância das colocações para análise da situação delicada pela qual essa aluna passa, retratando, assim, o que está sendo comum a muitos outros estudantes também, é, sem dúvida, aparece em partes como “também me tira do estresse ou do tédio, no qual eu vivo ultimamente”.

A fala tão bem elaborada demonstra o quanto essa aluna se mostra sozinha e solitária num momento, ainda pandêmico, que lhe exige encontrar diversão para melhorar o humor. Por um lado, ainda bem que ela encontra essa alegria nos filmes e não se perde num submundo de caminhos ilícitos e sem futuro. Mas o tédio para uma criança, que está vivenciando a situação pandêmica, é algo difícil de se elaborar. E é esse conceito que a Educação pós pandemia precisa perceber.

Toda e qualquer proposta educacional para retomada só fará sentido se acolher muito mais do que tornar as aulas presenciais novamente. Acolhimento, nesse momento, significa olhar primeiro para aliviar sintomas físicos e emocionais. Não será possível educar sem cuidar. Nunca foi, na verdade. Mas agora será quase impossível.

Primeiro, o afeto e a acolhida. Depois, a pedagogia e o cognitivo.

Atropelar essa fase é tornar o filme da Educação sem graça como a pipoca sem sal. É causar um pânico que não faz parte do filme, como a aluna colocou no relato, pois ela gosta da sensação de curiosidade em saber as próximas cenas, mas ela não gosta da sensação estressante que a insegurança da pandemia causa.

A Escola precisa ser a certeza, a segurança, a história que se repete para uma criança quantas vezes ela perguntar até que se sinta confortável em tirar as próprias conclusões de que sempre acontece da mesma forma. Crianças precisam disso.

Sendo assim, a aluna fala do filme de comédia como sendo bem divertido.

Por que as aulas nessa retomada não podem ter também esse tom mais descontraído e cativante para todos os alunos, que precisam e merecem demais, de um ambiente gostoso, animado, alegre, cheio de esperança e com tom de continuidade e segurança?

Seria o ideal.

Imagem destaque com Download gratuito para uso comercial pelo link Colorido Cinco Dedos Criança - Foto gratuita no Pixabay acessado em 07/01/2022 às 23h58. 

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