Ministrar aulas não é para amadores licenciados.

Ministrar aulas não é para amadores licenciados.

O Brasil está se perdendo demais em relação à qualidade da Educação, pois a maioria dos cursos de graduação superior, que formam e licenciam pessoas ao Magistério, não estão sendo desenvolvidos  e oferecidos com  o devido cuidado em realmente preparar e habilitar profissionais com conhecimento de excelência em componentes curriculares como, por exemplo, Didática. 

 Como pode uma pessoa concluir um curso de licenciatura, de forma remota, em um período de 12 meses ou menos e estar apta a reger uma turma de alunos sem ao menos ter cumprido horas de estágio de observação e participação?

O ato de reger uma sala de aula em ambiente de Educação Infantil, Ensino Fundamental I (1º ao 5ºano) ou Fundamental II (6ºao 9ºano) não pode e não deve ser para qualquer pessoa que se aventure a fazer um curso de Pedagogia ou uma Licenciatura específica sem ter entendido e aceitado que a principal missão da Educação é transformar vidas e a sociedade.

Sendo assim, de que forma o país está se perdendo nesse ponto e quais os prejuízos para a Educação? Por que é tão importante que os cursos de Graduação sejam remodelados e adotem uma nova grade curricular a fim de realmente licenciar pessoas que estejam hábeis e competentes ao exercício do magistério e consigam, literalmente, dar conta das demandas educacionais atuais?

Infelizmente, o momento educacional pelo qual o Brasil passa é de extrema turbulência nesse sentido, pois, não se gradua mais professores com base em componentes curriculares fundamentais ao exercício da função, que realmente os prepare a saber conduzir uma turma, ter controle de sala, administrar conduta de alunos, mediar e lidar com conflitos e questões atípicas, zelar e ensinar a turma a cuidar da organização da sala com responsabilidade social e coletiva, respeitar espaços e momentos de outros professores.

Além de não ter noção alguma de espaço educacional, os licenciados estão entrando nas escolas atribuindo funções sem estarem conectados a elas. É muito mais comum do que parece a atitude de muitos em dizer que não estão ganhando para lidar com problemas com famílias ou questões difíceis com alunos; que não se formaram para educar criança ou ensinar limites; que escolheram dar aulas visando apenas o cargo público ou o salário no final do mês e as vantagens do trabalho de meio período.

Por isso, a política-pública brasileira precisa dar um basta nesse modelo e reformular os cursos e as exigências curriculares para licenciar pessoas. Não dá mais para ficar facilitando a Educação, pensando apenas em tornar o ensino superior acessível em relação a valor e formato como o remoto. Existem cursos extremamente bons no ambiente virtual que não custam tão caro e têm uma qualidade curricular muito boa. Tudo é possível. O que não dá mais é permitir a péssima qualidade educacional para que qualquer diploma seja emitido.

O Brasil precisa ser referência em Educação e, para isso, precisa assumir o controle das graduações. À medida que melhorar a qualidade das licenciaturas e dos cursos, começará a perceber uma melhora no nível de desenvolvimento educacional de crianças, jovens e adultos.

É um ajuste que levará a outro. É possível. Basta investimento, interesse e comprometimento com o desenvolvimento da sociedade da qual todos fazem parte juntos e se relacionam na luta pela sobrevivência.

Imagem destaque com download gratuito pelo link Ponto De Interrogação Pergunta - Foto gratuita no Pixabay acessado dia 05/01/2021 às 14h15. 

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