O amor nas mãos do Educador
Gabriela Bell
24 Set 2020 14:37
A única motivação profissional de um Educador, nesse momento de Ensino Remoto, precisa ser a atuação em prol dos alunos e seus familiares, com o único objetivo de salvar vidas e construir uma Educação que faça sentido a toda a sociedade. Ter uma motivação diferente do “amor ao próximo como a si mesmo”, é não seguir o compromisso firmado no momento da formatura do Magistério, quando houve o juramento pela aceitação da responsabilidade social que implica a escolha em ser Educador.
Sendo assim, por que a motivação baseada no acolhimento é a mais apropriada atualmente?
Basicamente, olhar pela Educação e para a Educação com o entendimento sobre a necessidade que sociedade tem, é o único caminho. O importante é que todo e qualquer Educador perceba que a sociedade formada pelos alunos, e, principalmente, os das escolas públicas em situação mais vulnerável, é a mesma da qual ele faz parte e é diretamente dependente. Tendo essa certeza, fica muito mais fácil agir de maneira humanizada no acolher das necessidades sociais que são básicas e estão ainda mais ressaltadas com a Pandemia.
A Educação atual clama por atenção. O desafio social causado pela Pandemia é imenso e inegável quanto à urgência de um alcance extremamente rápido e pontual em relação às situações mais frágeis como, por exemplo, a realidade pública. Os alunos e suas famílias estão no auge da necessidade. Não há como negar o acolhimento do qual todos os Educadores também precisam. Mas, o profissional da Educação é aquele que se dispôs a cuidar, zelar, transformar, entre outras ações, a sua sociedade. Por isso, olhar só pra si, em primeiro lugar, é desperdiçar o que há de mais humano numa relação social. A responsabilidade social de um professor é para com a vida do próximo.
Dessa forma, a motivação baseada no outro em primeiro lugar, oferecendo uma Educação afeto cognitiva que construa uma aprendizagem significativa tendo um inimigo invisível pairando no ar causando uma instabilidade emocional em todo e qualquer ser humano nesse momento, precisa ser a prioridade. E quem é esse “outro”? O próximo, os alunos, as famílias, .... , a sociedade toda. Não há dinheiro no mundo que pague, a certeza de que, numa fase extremamente delicada como a atual, os educandos estão sendo respeitados e atendidos da melhor forma possível socialmente.
Ser Educador é ser responsável socialmente; é ser e estar inserido na sociedade de forma integral com compromisso e ética; é acolher; é abraçar; é se dar ao outro de forma incondicional e, principalmente, sem esperar algo em troca; é, simplesmente, ter a satisfação de missão quase 100% cumprida sabendo que fez o melhor e torcer para que a semente plantada dê frutos por uma sociedade cada vez mais formada por princípios nobres e humanos, se entendendo como um grupo, e não individualmente; é, sem dúvida alguma, ser aquele que forma e transforma a sociedade no entendimento da importância da construção de um mundo que depende de todos; é aquele que educa por amor e tem como reputação sua atuação profissional baseada no respeito e no zelo da sua própria sociedade.
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