O sexo dos anjos

O sexo dos anjos

O mundo já passou de 1 milhão de pessoas atingidas pela Covid-19. Pessoas estão morrendo de forma silenciosa por um vírus que é devastador e está levando embora qualquer um sem distinção de classe social, localização, etnia ou idade. Basta estar vivo pra ser vítima de um ser tão prejudicial à espécie humana. E, nesse cenário tão cruel e triste, ainda vemos pessoas passeando pelas ruas, fazendo e permitindo aglomerações, praticando esportes ao ar livre, entre outras atividades que permitem a disseminação do vírus, numa atitude que pode ser considerada egoísta e irresponsável para si mesmo e para com a humanidade. Além disso, ainda existe aquele grupo que discute questões banais em torno desse assunto, como de onde o vírus veio, entre outras que são tão sem sentido como, literalmente, discutir o sexo dos anjos.

Por que ainda existe uma dúvida no que não se vê ou não se sente muito próximo? Que dor a humanidade espera sentir para se entender como sujeito principal na salvação de sua própria vida e de sua espécie? Qual a visão de mundo está por trás de atitudes de quebra das regras de isolamento e, qual o papel dos líderes nesse sentido? 

Para Kierkegaard, "o indivíduo vê o mundo que quer ver, o que depende dos valores que escolheu previamente, aqueles segundo os quais ele vive, que fazem dele o que ele é. Dessa forma, cada indivíduo é, em certa medida, o criador de seu próprio mundo. E cria o seu mundo em função dos valores que tem". 

Já para Sun Tzu, em "A arte da guerra", "Se as ordens de comando não foram bastante claras e precisas, se não foram inteiramente compreendidas, a culpa é do general. Porém, se as ordens são claras e os soldados, apesar disso, desobedecem, então a culpa é dos seus oficiais”, e Antoine de Saint-Exupéry, em "O pequeno príncipe", é preciso exigir de cada um o que cada um pode dar. A autoridade se baseia na razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, todos se rebelarão. Eu tenho o direito de exigir obediência, porque minhas ordens são razoáveis". 

Sendo assim, será que não está faltando ao povo brasileiro um pouco mais de ordem e disciplina em relação aos efeitos dessa pandemia pelo país a fora? A postura de um líder deve ser sempre a de conduzir da melhor forma, direcionando da forma correta e orientando a equipe em meio ao conflito e à confusão, para se atingir uma finalidade maior, que, atualmente, é a sobrevivência da espécie. Por isso, o presidente em parceria com todos os governantes responsáveis por cada canto do Brasil têm a missão muito nobre de estar em equipe, falando a mesma língua e agindo em concordância com a Organização Mundial de Saúde, liderando a população para o entendimento da gravidade da pandemia. Um líder não deveria ter dúvidas e, se caso, tivesse inseguranças ou pensamentos conflituosos, deveria ser humilde em solicitar orientação de quem está vendo a situação de uma forma mais clara. 

Para Foucault, "cada sociedade possui o seu regime de verdade, sua 'política geral' de verdade: ou seja, os tipos de discurso  que aceita  e faz funcionar como verdade".

Por isso, o Brasil, principalmente, precisa de lideranças firmes e sensatas que digam verdades a quem mais precisa de recomendação, para que a razão entre a vida e a morte, o mais sensato seja o cuidado e amor que preserva a saúde física e emocional de quem fica e quem vai. Que acima de tudo esteja a serenidade para o entendimento particular e coletivo num aglomerado de forças pela paz e harmonia mundial. 

 

A imagem usada é do site Pinterest. 

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