O show de dançar a vida

O show de dançar a vida

     O quadro "Dança dos famosos" do programa Domingão do Faustão é excelente na sua proposta, porque aborda a necessidade de dedicação por parte dos dançarinos que precisam estar focados e fazendo dar certas suas apresentações. O que fica mais claro no momento em que os participantes estão no palco do programa, mostrando ao público o que produziram, é a percepção de que a coreografia e a dança desenvolvidas precisam estar muito bem ensaiadas com uma integração do casal a musica, ritmo e toda a ambientação do quadro. Para isso, é fundamental que os participantes estejam totalmente conectados ao que estão fazendo, pois só assim, conseguem dar o show que se comprometeram a dar.

      Sendo assim, como dar o show? Por que é tão importante estar totalmente entregue ao que estão fazendo? Qual a diferença entre uma apresentação na qual os parceiros, realmente, se integraram e aquela na qual um ou os dois demonstraram pouco entrosamento? 

      É tão interessante esse assunto, pois esse quadro de dança é desenvolvido pelos participantes à base de muita superação com a mudança de ritmos em pouco intervalo de tempo e aprendizagem sobre uma habilidade que alguns nem tinham antes de fazerem parte dessa competição. E essa questão leva a reflexões, uma vez que ao lidar com a vida é extremamente necessário ter motivação e entrega para que todas as ações escolhidas sejam bem desenvolvidas. Quando o que se faz não tem uma entrega pessoal satisfatória, parece que fica sem graça.

     Dessa forma, é clara a diferença entre fazer por gostar e estar motivado e fazer apenas por obrigação ou sem estar totalmente preparado para o que se propõe a fazer. No caso da dança, o que empolga o público que assiste, é, justamente, a disposição total dos parceiros ao que estão apresentando, pois conseguem através das expressões físicas, que estão gostando do que estão fazendo. Quando não há uma entrega verdadeira, com naturalidade, parece que falta uma conexão. E o vínculo positivo precisa ser bem feito.

     Levando em consideração que a vida imita a arte e a arte imita a vida, no caso do cotidiano de trabalho e vida, é fundamental que o dia-a-dia tenha os vínculos positivos que conectem à disposição pessoal a qualquer proposta aceita para ser desenvolvida. Se houve uma escolha, precisa haver o compromisso para que seja bem feito.

      Por isso, dançar ou viver a vida, quando há um significado e uma ligação de prazer e de gostar pelo que se faz, torna as atividades desenvolvidas mais bem expressadas e representadas. Nietzsche disse que para a vida ser bem representada, é necessário que haja bons atores.

     Lembro do filme "Cisne Negro" que aborda de forma excelente essa questão da total entrega. É um filme muito bom sobre dançar sem estar conectado à proposta e sobre realmente vestir o personagem e encenar o que precisa ser feito, totalmente, na sua  intensidade. 

     Sendo assim, é muito gratificante significar a vida para que ela seja palco para grandes apresentações de coragem, determinação, compromisso e uma dança quase perfeita ao ritmo do que, simplesmente, dá prazer e realização. E para o quadro citado, os melhores artistas serão os que conseguirem, de verdade, significar para suas vidas, com suas habilidades, o que estão dançando, proporcionando um show de muita alegria, que empolgue quem assiste. Mas, mais importante que fazer para a plateia, é que façam para si mesmos e para suas vidas, em primeiro lugar, entregando e usando toda energia que tiverem dispostas. 

 

Imagem baixada do site Pinterest

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