Professora, pra que te quero?

Professora, pra que te quero?

     A humanidade nunca se deparou com um momento tão desafiador em relação à sua Educação, como a que está vivenciando, atualmente, por conta da Pandemia provocada pelo NovoCoronavírus, que tirou seus alunos da sala de aula e transformou o processo de ensino aprendizagem de presencial em remoto. E com esse movimento, alunos e famílias estão se vendo diante a necessidade enorme do retorno às escolas, pois estão enfrentando desafios provocados por diversos fatores inerentes à construção de uma Educação como transformadora social.  Por isso, a figura do educador tem se mostrado extremamente necessária, reportando ao mundo sua importância fundamental ao desenvolvimento humano.

     Sendo assim, quais questões estão influenciando a Educação a ponto de haver uma urgência ao retorno da interação presencial? Por que o Educador precisa estar, totalmente, alinhado ao seu compromisso com a Educação? De que forma a sociedade sente os impactos do ensino remoto e qual é a forma mais ativa possível de acolher os mais vulneráveis, tendo o dom do magistério como perfil que motiva a atuação profissional e embasa a reputação de um educador?

     É um fato que se evidencia, principalmente, nas camadas mais carentes da sociedade, a falta de elementos como uma rede básica de internet, que forneça dados suficientes para que alunos possam acessar mensagens, vídeos, áudios e todo o conteúdo ofertado pela equipe pedagógica no ambiente remoto; elementos como aparelhos com tecnologia de qualidade como um telefone celular capaz de ter aplicativos como o WhatsApp e plataformas nas quais os conteúdos vêm sendo ofertados pelo governo aos alunos da escola pública e estadual; além de estrutura sócio emocional por parte de quem cuida de crianças para conseguir lidar com o processo de ensino aprendizagem, habilidade essa que muitas famílias não têm; falta de conhecimento básico sobre os conteúdos oferecidos pelos professores aos alunos,  por parte de famílias, principalmente, que se enquadram no grupo dos analfabetos e analfabetos digitais, sem  letramento, inclusive; falta de conhecimentos básicos também por parte de muitas famílias em geral, não só as em situação de vulnerabilidade social; além, é claro, da falta que a escola faz, ao não oferecer o seu espaço como provedor de interação e alimentação para os mais carentes socialmente; além de tantos outros fatores que proporcionam o entendimento de que a escola é a luz no caminho da sociedade e sem a interação pessoal com o professor, muitas crianças, jovens e adultos estão à deriva.

     Por isso, o papel do Educador se faz, urgente, na importância do alinhamento do compromisso assumido na escolha pela profissão e na construção de sua reputação como quem media a aprendizagem, ativamente, transformando uma sociedade. O dom de Educar precisa ser, ainda mais, forte e pontual, num momento frágil e desafiador como o que o mundo vive. Estar educador é, sem dúvida, estar comprometido, acolhendo e se fazendo presente, totalmente, ao processo mesmo que remoto, até que o retorno ao ensino presencial seja possível. Uma reputação leva anos pra ser construída, mas acaba em questões de segundo, se não houver sua manutenção com ética profissional e pessoal. Estar ativo no processo de aprendizagem, atualmente, é ter o dom de acolher os seus, como alunos e membros do mesmo grupo da espécie humana, deixando uma marca positiva em cada um, que lhe confiou a sua Educação.

     A atuação mais pontual e necessária, ansiada pela sociedade é a do Educador que, entende o momento e se dispõe a fazer por ele. Uma vida sem sentido, não vale a pena ser vivida. Assim, uma Educação que não transforma uma sociedade, não pode ser construída.

     Dessa forma, uma atuação profissional que não contextualiza a educação para os seus e não age, ativamente, em prol de uma sociedade, acolhendo e entendendo suas necessidades, não atinge seu objetivo mais humano. E é, justamente, a humanização que precisa acontecer no processo educacional. O Educador, precisa se valorizar, assim como valorizar o seu grupo, em conjunto, para que a sua sociedade esteja envolta numa proposta de formação básica com alicerces extremamente firmes para dar sentido à sua condição humana. Sem professor, não há Educação, que se baseie competente e habilidosa. E, nesse contexto, é muito pequeno, para um Educador, pensar em não se importar. Quem importa, de verdade, são os alunos. É por eles, que um educador existe. É pela missão de transformar vidas, que um ser humano escolhe o magistério como profissão. E é pela nobreza de ter Educadores em sua sociedade, que a humanidade precisa pensar e repensar, sempre, a Educação de seu povo.

     Viva! A quem se dedica, realmente, ao que se propôs a fazer. Valorização do profissional da Educação, é o que mais a sociedade precisa nesse momento tão delicado e desafiador, porém rico demais em análise e possibilidade de construções e reconstruções.

Imagem principal com download do site Pixabay em 22/08/2020 às 17h40: 

https://pixabay.com/pt/photos/homem-branco-modelo-3d-isolado-3d-1834099/  

     

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