Quem ainda precisa de um Reizinho Mandão?

Quem ainda precisa de um Reizinho Mandão?

A festa da democracia brasileira está chegando, pois será no próximo domingo, dia  15 de novembro de 2020, quando acontece o primeiro turno das eleições. Nessa festa, o povo comemora a liberdade de votar e escolher os políticos que serão os próximos líderes municipais responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade. Uma festa para celebrar o direito de manifestação perante a decisão de colocar no governo, através do voto, aqueles cidadãos que representem o povo e se interessem pelo real crescimento humano e social da população.

Sendo assim, como deve ser essa escolha? Qual o perfil mais adequado, que um político deve ter para ser eleito como representante do povo?

Todo processo de tomada de decisão tem origem na identificação do que é importante para cada um. Mas, no caso de uma eleição para escolher prefeitos e vereadores, como acontecerá no próximo domingo, toda decisão precisa ser baseada no que é importante coletivamente e que respeite os direitos básicos de toda uma população. É fundamental considerar que não dá para pensar de forma individual na hora de escolher quem estará a frente de uma posição política. Todo político, que se propõe a ocupar e a trabalhar pela população, precisa ser, hoje em dia, um líder que se entende como parte da equipe. Equipe essa, chamada povo. Não dá para ser um governante, quem age como o “O Reizinho Mandão” do livro da Ruth Rocha, e atua como uma criança mimada cheia de necessidades infantis e autoafirmação pessoal.

As eleições americanas desse ano, que elegeram o democrata Joe Biden para presidente e uma mulher para a vice presidência, mostraram ao mundo que, cada vez mais, a população está se tornando resistente a políticos mandões com comportamento baseado na necessidade de poder e comando ditatorial, sem considerar a voz do povo. 

No livro da Ruth Rocha, o reizinho foi tirando a voz das pessoas ao ser totalmente intransigente e criar leis absurdamente desrespeitosas e invasivas, comportamento esse que provocou um silêncio em todos. Os reis eram governantes abusivos, que não sabiam conduzir o desenvolvimento do povo à base do respeito e da responsabilidade social.

Existe uma diferença entre ser chefe e ser líder. O chefe é, justamente, essa figura autoritária, que se coloca acima de sua equipe. O líder, nada mais é, que parte integrante da equipe e apenas condutor com atribuições diferentes. Por isso, atualmente, toda forma de condução da população e de um equipe, precisa estar baseada no interesse comum. A grande habilidade de um líder precisa ser a vontade de transformar vidas  e a sociedade, com base no respeito ao pensamento crítico e à liberdade de expressão, que contribuam de forma respeitosa e com o engajamento necessário ao amplo desenvolvimento de todos.

Dessa forma, para que a festa da democracia aconteça de maneira mais positiva possível e com uma grande comemoração ao ser finalizada, é fundamental que seja baseada na decisão pela escolha de pessoas que estejam, realmente, engajadas em fazer o melhor para si próprias e para todos a sua volta. Algumas habilidades como amabilidade e assertividade, que se integram com a empatia e o respeito, precisam fazer parte desse perfil político de todo aquele que se encoraja e se propõe a conduzir a causa pública e comum. Reizinhos mandões, mimados, infantis, com alta necessidade de poder e autoridade, estão, totalmente, fora de moda. Está ficando feio demais para um líder ter características tão narcisistas, pois não há espaço mais para um retrocesso no caminho da democracia. É uma questão de saúde emocional, para a população, ter líderes maduros e seguros de si.

Por isso, viva! À festa da democracia.

Toda a nação brasileira precisa de líderes, basicamente, humanos, em primeiro lugar.

 

A imagem principal é das páginas 8 e 9 do livro. E a imagem na galeria de imagens é da capa do livro. 

 

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