A identificação do problema

A identificação do problema

A inovação é um tema recorrente no ambiente corporativo. A sua prática, no entanto, não parece ser tão comum assim. Muito se fala sobre a necessidade de inovar para que a empresa permaneça competitiva ou para que conquiste uma fatia maior do mercado.

Em um ambiente tão concorrido, seria ela a responsável pela diferenciação da empresa. Mas, afinal, como implementar a inovação nos negócios (ou, até mesmo, em outras áreas da nossa vida)?

O ponto de partida talvez seja um dos momentos mais difíceis: identificar o problema real a ser superado. Identificar o cerne que desencadeia todos os outros problemas que vem a seguir. Este procedimento não é difícil por ser algo complexo, mas por exigir um nível de abstração e observação mais refinado.

Pensemos, por exemplo, nos empresários que apontam a queda no faturamento como um problema grave e que, portanto, deve ser resolvido rapidamente. Após uma breve reflexão você certamente perceberá que isso é uma consequência. Algo levou a uma queda no faturamento da empresa.

Na sequência, o empresário geralmente argumenta: “Ora, o faturamento caiu em decorrência de uma redução no volume de vendas”. Seguindo a mesma lógica, isso também é uma consequência. Se você chegar à conclusão que as vendas caíram por conta de, digamos, um mau atendimento, aí sim poderemos ter chegado ao problema principal. Este seria, portanto, o problema central que desencadeia os demais, de acordo com o nosso exemplo.

Notem como o esforço está centrado em um processo de observação e reflexão que deve ser constante na análise do gestor. E por que identificar o problema é essencial para a inovação? Porque a partir da identificação clara e objetiva do problema, pode-se traçar uma estratégia para resolvê-lo de forma eficaz e definitiva. Como resultado da implantação da estratégia para a correção do problema, teremos algo diferente do que tínhamos antes. Logo, a empresa terá implementado algum tipo de inovação.

Sem isso, é provável que muitos recursos materiais, tempo e, especialmente, recursos financeiros sejam direcionados para ações paliativas, que amenizem as consequências, sem de fato, resolver o problema. A identificação cuidadosa do problema permite que se trace uma estratégia, ou seja, uma sequência de ações coordenadas em busca de um objetivo específico e, muitas vezes, mensurável.

Assim, ao perceber que a observação e a análise crítica do ambiente corporativo são fundamentais para a identificação do problema, podemos começar a desmistificar o equívoco de que a inovação é restrita às empresas de grande porte. Qualquer empresário que consiga perceber, de fato, o problema principal a ser superado, já terá dado um passo fundamental para encontrar as possibilidades de resolução disponíveis. Evidentemente, é o início de um processo, mas, este empresário já terá saído da inércia.

O que se orienta é que a visão crítica do ambiente seja uma prática constante. A mentalidade inovadora, neste sentido, deve ser natural e não um esforço árduo.

Em um primeiro momento, o que chamará a atenção serão aqueles problemas persistentes, que certamente já foram alvos de ações paliativas. Ou, ainda, alguma urgência que possa proporcionar resultados desagradáveis.

Porém, ao se incorporar a rotina de uma análise sob esta visão, nota-se que, aos poucos, o problema central a ser resolvido deixará se ser aquele com efeitos nocivos e poderá vir a ser alguma prática que já funciona, mas que pode ser melhorada.

A mentalidade inovadora também vai levar a mudanças no sentido de aperfeiçoamento e não apenas de contingência e correções. A implantação das estratégias que levam à solução dos problemas identificados começará a levar a empresa para um caminho de melhoria de desempenho.

Afinal, qual é o problema principal que a sua empresa enfrenta?

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