Ao sabor da torcida

Ao sabor da torcida

Torcedores de partidos e políticos atuam nas redes sociais de acordo com seus interesses

Terça-feira, 23 de março, a festa mudou de lado. Quarta, 24, pode retomar seu curso. Torcedores políticos têm agido nas redes sociais como aguerridos defensores de um time de futebol que vibra a cada vitória e engole seco quando das piadinhas após a derrota.

E assim caminha a divulgação de fatos políticos. Não entendem, defensores do governo ou da oposição, que a corrupção arruína a economia do país, tira dinheiro de obras e serviços essenciais ao cidadão, independente de quem a pratica.

É mesmo um crime hediondo. O dinheiro desviado via corrupção geralmente custa o dobro para os contribuintes. Porque nenhum corruptor “investe” em um político sem ter a certeza de obter de volta pelo menos o dobro do valor “aplicado”.

Custam a entender também estes torcedores que a corrupção passa a fazer parte da vida política do País a partir do momento que se exige de políticos interessados na vitória um alto custo de campanha. Não é uma defesa, mas uma explicação.

A inteligência destes torcedores que vibram a cada nome de “adversário” divulgado e quase choram quando o implicado é um aliado é, por demais, pequena. Não conseguiram ainda enxergar a sistematização da corrupção entre os partidos. E poucos se salvam.

Assistimos a ação de servidores públicos dos mais diferentes níveis de governo e de partidos a curtir e compartilhar notícias nem sempre verdadeiras, nem sempre comprovadas. Desde que elas favoreçam aliados ou prejudiquem adversários.

A seletividade a forte. E praticada pelos mesmos que reclamam da cobertura da imprensa e criticam direcionamentos. Nesta investigação gigantesca em operação no País quase não há inocentes entre os envolvidos com política partidária e mandatos.

Quem hoje pode estar comemorando, dando murros no ar, pode ter motivos para estarem cabisbaixos daqui a alguns meses, ou alguns dias. Ou até horas. Isso porque quem conseguiu chegar à vitória em alguma disputa eleitoral dificilmente o fez de mãos totalmente limpas.

E nem pé por vontade do candidato. As dificuldades levam a isso. Por isso quem pretende algum dia disputar alguma eleição deve se abster de criticar erros de adversários com tanta fé. Porque é assim como cuspir para cima.

CUSTO DE CAMPANHA
Dinheiro não cai do céu. Precisa vir de algum lugar. Na campanha presidencial de 2014, a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) gastou cerca de R$ 318 milhões. Na de 2010 foram R$ 282 milhões. O adversário dela em 2014, Aécio Neves (PSDB), investiu R$ 26 milhões. Na disputa da primeira eleição de Dilma, José Serra, que foi candidato pelo PSDB, gastou R$ 161 milhões.

NOVA LICITAÇÃO
A Fundação D. Pedro, mantenedora do Theatro Pedro II, reeditou a concorrência pública 002/15 para execução de serviços administrativos, técnicos em espetáculos artísticos e manutenção predial nas dependências do teatro. O valor estimado é de R$ 3,223 milhões. A reedição do edital ocorre em função de julgamento de representação apresentada ao Tribunal de Constas do Estado (TCE), que determinou readequações ao certame licitatório.

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