
Apropriações indébitas
A campanha eleitoral está chegando ao seu final. Tem sido uma campanha pesada, de muitas opções de críticas e um pouco menos de propostas. Mas também a crítica é válida, porque “apresenta” os candidatos também pela visão dos adversários, o que pode alertar o eleitor.
Mas há mesmo um grande vazio de conteúdo na campanha proporcional, para deputados estaduais e federais. Com raríssimas exceções, os candidatos ao parlamento não apresentaram sugestões de projetos. Os candidatos à reeleição preferiram divulgar as verbas que conquistaram.
Não é função essencial do deputado conseguir verbas para obras e equipamentos em sua base eleitoral, mas sempre ajuda. Ajuda muito mais se uma fiscalização eficiente resultar em economia significativa. Também cumpre bem o papel de fazer leis que ajudem a população de uma forma generalizada.
Não é o que se vê, no entanto, na campanha eleitoral. Tem candidato que se apropria tranquilamente de feitos que são exclusivos do Executivo. Um deles chega a dizer que criou o Poupatempo. Outros que fizeram uma ponte não sei onde. Há outros que nem isso. Limitam-se a repetir promessas e mais promessas. Verbas e mais verbas.
Mas ainda dá tempo de analisar direito. Nestes últimos dias você ainda pode mudar o voto, olhar direito para escolher o melhor representante. Com as redes sociais, é possível, por exemplo, fazer perguntas aos candidatos. Uma boa opção é fazer as mesmas perguntas para vários e analisar as respostas.
Isso porque a única forma de fortalecer e perenizar a democracia é ter um Legislativo forte, com bons projetos e vontade de fiscalizar. O eleitor não precisa de um despachante de verbas, mas de pessoas que o represente de forma correta, sem subterfúgios.