
Braço alheio
As injeções são doloridas, mas os políticos continuam a enviá-las para os braços do povo. Para não falar de outra região do corpo onde costumam ser aplicadas as agulhadas.
Há sempre benefícios sedo aprovado aqui e ali para uma parcela da população. A outra parte, não beneficiada, fica com a conta, é claro.
Na noite de quinta-feira, dia 14, o principal projeto aprovado pelos vereadores de Ribeirão Preto foi o que isenta idosos e deficientes do pagamento da Área Azul, para estacionarem seus veículos.
A proposta, apresentada pelo vereador Coraucci Netto (PSD), não é das piores, já que favorece pessoas necessitadas, em sua maioria, e que merecem a ajuda da sociedade.
Mas a aprovação serviu de alavanca para outras ideias. Uma delas foi de projeto que estenda a gratuidade de estacionamento a oficiais de justiça, já que precisam ir ao Centro intimar pessoas.
Os oficiais de justiça vão ao Centro trabalhar, disse um vereador. Um “colega” deste achou a proposta muito justa. Como assim, pagar para trabalhar?
Visto assim, desta forma, bem que os vereadores poderiam levar a gratuidade às pessoas que vão aos locais com estacionamentos regidos pela Área Azul, para trabalhar. Principalmente os que fazem trabalhos momentâneos.
Pensem bem. Há entregadores, bancários, servidores públicos, médicos, enfermeiros, engenheiros e tantos outros profissionais que precisam pagar pelo estacionamento. Vejam que absurdo. Pagam para trabalhar.
Mas para não dar muito trabalho de ficar separando profissões, os vereadores poderiam estender os benefícios para todos os trabalhadores. Bastaria ter carteira assinada ou uma nomeação em caso de serviço público.
Todos receberiam um selo e estacionariam felizes todos os dias. A área azul seria então mantida por turistas, empresários, estudantes e desempregados. Mas como estas duas categorias também têm dificuldades financeiras, também poderiam ser abrangidas.
Mas, para a aprovação das mudanças propostas, seria recomendável que seus autores apontassem de onde virão os recursos para cobrir as gratuidades. Assim as ações ficariam mais transparentes. E os contribuintes, obviamente, mais irritados.
ULTRAPASSADA
Aliás, a Área Azul de Ribeirão Preto carece, há muito de uma “revitalização”. Há quase 20 anos, desde 1997, não há alteração no preço cobrado por duas horas de estacionamento, que é de R$ 1,00. Ultimamente não se tem notado a presença de quem fiscalize o estacionamento rotativo, permitindo que as vagas sejam ocupadas por um mesmo veículos por várias horas, quiçá o dia todo.
MENOR TEMPO
Sobre essa necessidade falou o vereador Giló (PR), que disse ter projeto aprovado que reduz o tempo permitido de estacionamento, para que ocorra o aumento do número de vagas, com maior rotatividade. Disse que sua lei ainda não foi sancionada.
PARQUÍMETROS
Cidades muito menores que Ribeirão Preto e com menor necessidade de vagas de estacionamento já parcelam seus tempos permitidos com os conhecidos parquímetros, a partir de 15 minutos de utilização da vaga. Com valores correspondentes, claro.
HOMENAGENS
Na mesma sessão de quinta-feira, os vereadores aprovaram a concessão de título de cidadão ribeirãopretano a dois apresentadores de televisão. O presidente da Mesa diretora, Walter Gomes (PR), ecolheu como homenageado Carlos Roberto Massa, o Ratinho. A vereadora Viviane Alexandre (PPS) teve aprovado o projeto que concede a honraria a Celso Portiolli.
CALÇADÃO
Proposta por Walter Gomes, foi aprovada uma Comissão Especial de Estudos (CEE) que acompanhará a reforma do Calçadão. As obras já duram mais de três anos e estão em fase final. À Câmara vale o velho adágio popular: “antes tarde do que nunca”.