Características de ano eleitoral

Características de ano eleitoral

Mudanças de comportamento dos políticos e aumento de denúncias já mostram o clima

Sim, estamos em ano eleitoral. Mesmo que não estivéssemos atentos ao calendário ou às matérias veiculadas nos veículos de comunicação exatamente sobre o processo eleitoral, já poderíamos pressentir que os pedidos de votos, ainda de forma velada já povoam os meios de informação e divulgação.

Veja, por exemplo, que o número de denúncias começa a aumentar. Políticos de vários partidos começam a ser alvos de denúncias de desvios de recursos, recebimentos de propinas, favorecimento em licitações etc.

Claro que em outras épocas há também este tipo de comportamento, mas quando há proximidade das eleições, além da intensificação do número de informações, há também um aproveitamento “otimizado” destas acusações, dependendo de onde elas são divulgadas.

O acusado corre sempre o risco de ter um adversário neste ou naquele veículo de comunicação. Seja um concorrente direto ou alguém que apenas “empresta” ações em nome de outrem. Daí a denúncia ganha cores, som e vibração, mesmo que implícitas.

Não, essa situação não é nova. Em anos eleitorais requenta-se denúncias quando não é possível encontrar alguma acusação nova. Sempre foi assim. De forma anônima ou com autor à mostra, as informações sempre chegam a ouvidos e olhos dos eleitores.

Às vezes superestimadas, às vezes subestimadas, dependendo de quem as divulga, as denúncias agora ganharam a velocidade e o gigantismo das redes sociais. Um portal publica, internautas reproduzem. Até ações aparentemente bem intencionadas viram chacota.

Em Ribeirão Preto ocorreram dois exemplos destes que ganharam as redes sociais de forma depreciativa, com comentários até mal educados e jocosos, alguns chegando muito próximo da ofensa.

No início da semana, um grupo de vereadores da bancada governista na Câmara Municipal anunciou a intenção de investigar contratos da Prefeitura com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que está sendo acusada de distribuir propinas a servidores municipais e políticos em troca de favorecimento em contratos.

É claro que, diante da notícia, internautas detonaram a iniciativa nas redes sociais. Por puro descrédito. Foram acusados até de utilizar a ação para tentar acobertar condutas pouco recomendáveis de aliados.

A desconfiança faz sentido. Um grupo de vereadores que já barrou até requerimento de pedidos de informações e convocação de secretários dificilmente conseguirá convencer da seriedade de uma ação destas.

Outra ação foi protagonizada por visitas da prefeita Dárcy Vera a unidades de saúde. A primeira, e de maior repercussão, foi à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da 13 de Maio.

A visita ganhou vídeo que foi postado no Facebook. Quer saber? Até por volta de 9h desta quinta-feira, 28, foram mais de 1,3 mil comentários. A esmagadora maioria de ironia e irritação com a prefeita. Isso porque a visita é um fato raro e tem conotação simbólica. Notadamente em ano eleitoral.

E também porque a credibilidade da maioria dos políticos atingiu o fundo do poço. Muito provavelmente por comportamentos tão diferenciados em anos eleitorais e por deslizes costumeiros durante os demais anos de mandato. Ou não?

PAGAMENTO DE ATRASADOS
Em duas ocasiões, em menos de dois meses, a Prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria da Fazenda, anuncia critérios para pagamentos a fornecedores em atraso. No início de dezembro do ano passado, o secretário da Fazenda, Francisco Nalini, anunciou pagamento preferencial a credores de até R$ 50 mil. Agora nova publicação determina que terão preferência quem tem até R$ 200 mil a receber.

DÍVIDAS ANTIGAS
No primeiro caso, o atraso se referiu a credores com créditos vencidos até dezembro de 2014. Agora já serão pagos também as dívidas de 2015. As resoluções servem também de confissão da considerável inadimplência da Administração Municipal com fornecedores e prestadores de serviços. Até porque a previsão da própria Prefeitura é de que cerca de 300 credores serão beneficiados pela medida.

PARQUE E PRAÇA
A Prefeitura de Ribeirão Preto contratou uma empresa para implantação geral elétrica do Parque Tom Jobim e da praça do Parque dos Flamboyans, entre as ruas Mário Venturi e Dr. José Otávio de Oliveira, ao custo de R$ 608 mil. O parque e a praça sofrem com a ação de vândalos e ladrões, que furtam seus fios. A empresa contratada foi a Fanor Construtora e Incorporadora Eirelli.

RUBEM CIONE
A empresa contratada para o trabalho é a uma das que já venceu licitação para a construção do parque Rubem Cione, na zona Leste, e que teve que abandonar as outras por ser vítima de constantes furtos e roubos. Em função destes riscos, o parque projetado em 2007 e iniciado em 2008, e que foi invadido no ano passado, tem futuro incerto e não sabido.

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