Chiarelli e a confusão da candidatura 

Chiarelli e a confusão da candidatura 

Libertado da prisão no último dia 16, o ex-deputado federal Fernando Chiarelli (PTdoB) agora quer voltar a ser candidato a prefeito de Ribeirão Preto. Ele aventou a possibilidade na última quarta-feira, dia 21, nove dias após o prazo limite estabelecido pela Justiça Eleitoral para a substituição de candidatos, fixado em 20 dias antes do pleito. Chiarelli deu entrevista como candidato e anunciou que o advogado que o substituiu na disputa, Alexandre Sousa, renunciaria à disputa porque estaria sendo ameaçado de morte. Estranhamente, ainda no escritório onde ocorreu a entrevista coletiva, Alexandre disse — distante dos ouvidos de Chiarelli — que não renunciará. Reafirmou sua posição em seguida, por telefone. “Saí do nono lugar e estou em quarto nas pesquisas eleitorais. Não tive ajuda de ninguém até agora e, por isso, não renunciarei. Não tenho medo de ameaças”, disse Alexandre. Para o advogado, a informação que toda a imprensa tem de que não há mais tempo para troca de candidatos, vale sim para o caso do PTdoB, muito embora Chiarelli insista na substituição. “Se eu renunciar, o Chiarelli não vai conseguir se registrar”, disse. Além do prazo, que é de 20 dias antes das eleições (vencido em 12 de setembro), o ex-deputado pode ter problemas com a lei da Ficha Limpa, por ter sido condenado em segunda instância. Procurado insistentemente na tarde de quarta-feira, Chiarelli não foi encontrado em sua casa e seu celular se manteve desligado. Assim, até que se prove em contrário, ele não é candidato.

EFEITO RETARDADO
Por pertencer à Mesa Diretora da Câmara Municipal, como 1ª secretária, a vereadora Viviane Alexandre (PSC), hoje presidente interina da Casa, herdou uma bomba de efeito retardado deixada pelos governistas suspensos de suas funções públicas e, consequentemente, afastados de seus mandatos.

CONTAS
Por manobras dos vereadores, as contas da prefeita Dárcy Vera (PSD) de 2012 e 2013, com pareceres contrários do Tribunal de Contas do Estado (TCE) não foram votadas no prazo estabelecido pela Lei Orgânica do Município. Agora, por ter apenas 13 vereadores na Casa, com nove suspensos, não é possível votar os pareceres, que precisam de 15 votos para aprovação ou rejeição.

RECURSO
Há, na Câmara, quem defenda o recálculo do quórum qualificado para nove votos, em função dos 13 vereadores, mas o argumento é rebatido com a possibilidade de a prefeita Dárcy Vera (PSD) recorrer para anular a sessão, caso as contas sejam rejeitadas pelos vereadores. Um defensor da tese de menor quórum argumentou que o recurso virá mesmo que a votação tenha os 22.

“FESTA” DA OPOSIÇÃO
Enquanto os nove vereadores suspensos não voltam para a Casa, a oposição faz a festa. Depois de anteciparem a tramitação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e rejeitarem vetos, na semana passada, agora, eles rejeitaram três projetos aparentemente simples do Executivo — alguns por votação unânime.

Compartilhar: