Citronela barrada

Citronela barrada

Lei que previa a distribuição da planta foi vetada e veto foi acatado

A utilização da citronela - uma erva medicinal muito utilizada como repelente, com ajuda do poder público -, em Ribeirão Preto, terá que esperar por outras iniciativas.

Na noite desta terça-feira, dia 10, por apenas um voto, a Câmara Municipal acatou o veto da prefeita Dárcy vera (PSD) a lei aprovada pelos vereadores que autoriza a Prefeitura a distribuir mudas da planta que tem o poder de afastar o mosquito, por seu odor.

Na verdade o veto recebeu 11 votos contrários, três favoráveis – Bebé (PSD), Genivaldo Gomes (PSD) e Saulo Rodigues (PRB) – e três abstenções – André Luiz da Silva (PCdoB), Coraucci Netto (PSD) e Samuel Zanferdini. A rejeição, no entanto precisava de maioria absoluta, ou seja, 12 votos.

Deixaram de votar, como mostrou o painel eletrônico na imagem, os vereadores Cícero Gomes da Silva (PMDB), Capela Novas (PPS), Jiló (PR) e o presidente Walter Gomes (sem partido), desobrigado de votar quando não há empate.

O veto da prefeita foi bastante criticado pela justificativa adotada. A justificativa aponta que não há comprovação científica da eficácia da planta como repelente e que a lei provocaria despesas aos cofres públicos e, portanto tem vício de iniciativa, já que projetos assim deve partir do Executivo.

“Se não tivesse eficácia comprovada, nenhuma indústria comercializaria o produto, como ocorre. Já temos citronela em forma de vela e em outros tipos”, disse o vereador Jorge Parada (PT) que é médico e diz usar constantemente a citronela em spray. “Não tem mosquito que fique lá”.

O autor do projeto, Paulo Modas (Pros), citou exemplos de cidades que já adotaram a citronela como um dos repelentes ao mosquito da dengue, como Maringá (PR), Juiz de Fora (MG), Vitória (ES), Anápolis (GO), Dourados (MS) e Teresina (PI).

Ele falou ainda da cidade de Três Corações (MG) onde teria ocorrido uma drástica redação dos casos de dengue. “A redução foi de 643 para 79 casos, como mostrou uma reportagem da TV de lá”, disse Paulo Modas. Não teve jeito. O veto terminou acatado.

Esta é pelo menos a segunda vez que a Câmara discute a utilização da citronela como repelente, sem chegar a nenhum resultado prático. O ex-vereador e deputado estadual Léo Oliveira (PMDB) propôs e teve aprovado projeto que cria campanha de divulgação da planta.

A campanha não ocorreu, a utilização não foi popularizada e o assunto voltou à baila. Enquanto isso o mosquito segue infernizando a vida da população e tirando o sono de autoridades da saúde.

CONTAS REEXAMINADAS
O Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, julga na sessão desta quarta-feira, a partir das 10h, um recurso da prefeita Dárcy Vera (PSD) contra parecer desfavorável das contas da Prefeitura de 2012. A rejeição foi recomendada pela Segunda Câmara do Tribunal em setembro do ano passado. Na sessão desta terça-feira, dia 10, a Primeira Câmara julhos as contas de 2013 e também deu parecer pela reprovação das contas.

CEE DA CAVA
O vereador Rodrigo Simões (PP) protocolou requerimento para a constituição de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para averiguar o estado de conservação, manutenção, segurança e estrutura de trabalho do complexo esportivo Cava do Bosque. De acordo com o requerimento, assinado por mais de dez vereadores, segundo Rodrigo Simões, o prédio apresenta sérios problemas estruturais, “relatados pelos atletas e frequentadores do local”.

QUESTIONAMENTOS
No mês passado, em depoimento à Câmara Municipal, o secretário de Esportes, Layr Luchesi Júnior, foi bastante questionado com relação aos problemas do complexo, não apenas com relação à falta de manutenção, mas também com relação à segurança. Dias depois da visita de Luchesi à Câmara, vândalos agiram em um dos banheiros do local.

SEGURANÇA IDENTIFICADA
Os vereadores de Ribeirão Preto aprovaram na sessão desta terça-feira, dia 10, projeto de lei apresentado pelo vereador Evaldo Mendonça, o Giló (PR), que obriga a identificação dos encarregados pela segurança dos espetáculos, shows, eventos e assemelhados realizados no município de Ribeirão Preto.

ELE DISSE
“Quem fica ‘mal na fita’ é a prefeita, que corrobora e assina um parecer deste. Um veto deste”
Jorge Parada (PT), vereador em Ribeirão Preto, sobre a justificativa do veto de lei que autoriza a Prefeitura a distribuir mudas de citronela e que aponta que não há comprovação científica dos efeitos da planta no combate ao Aedes aegypti.

Compartilhar: