Concessões, sim, mas com critérios

Concessões, sim, mas com critérios

Prefeitura, Transerp e Consórcio PróUrbano, buscam um consenso para ajustar o contrato de concessão do transporte coletivo. E buscam a aquiescência do Ministério Público para selar o acordo.

Há sentido numa tentativa de consenso. Principalmente por ser este o primeiro contrato de concessão feito para o transporte coletivo da cidade. Há, por exemplo, exigência de equipamentos cuja tecnologia ainda deixa a desejar.

Também se convive com um sistema burocrático que depende do lerdo setor público, como desapropriações de áreas, licenças ambientais e construção de corredores de ônibus que depende da liberação de recursos de outra esfera de governo.

Pronto. As razões para um ajuste praticamente acabaram. A partir daí os argumentos do consórcio vencedor da licitação começa a ter obrigações, ao invés de explicações. Mesmo se tratando de um primeiro e desconhecido sistema de concessão.

Isso porque a alegação de desequilíbrio financeiro em função da menor demanda que a apresentada no edital não tem tanta força assim. Das quatro empresas que integram o Consórcio PróUrbano, três conhecem “de cor e salteado” o transporte da cidade nos últimos 30 anos.

E também é difícil aceitar explicações para atrasos em cláusulas aparentemente de fácil cumprimento, como a colocação de placas informativas em pontos de ônibus.

A implantação de novas linhas também deveria interessar ao Consórcio, não apenas à Administração Municipal. Qualquer empresa tem interesse em expandir ofertas de serviços. A impressão e distribuição de um guia do usuário também não algo assim tão dispendioso.

E a melhoria do sistema vai beneficiar os usuários. Mas não é preciso ser nenhum PhD em marketing pra perceber que as empresas podem também ser beneficiadas com a recuperação da demanda que se diz perdida.

Então, que se faça um acordo em nome do bom senso. Mas que as partes se atentem para estes fatos e para o conforto do usuário, um cliente que compra o serviço e como tal deve ser tratado.

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