Democracia colorida

Democracia colorida

A eleição que acontece neste domingo não é apenas a maior já realizada, mas também a mais atípica. Com uma campanha ferrenha, e resultados de pesquisas bastante diferentes quando se compara o desempenho os partidos nos vários estados do País, considerando-se as pesquisas de intenção de voto. 

É também a primeira eleição em que ocorre a morte de um dos candidatos. Um fato que provocou mudanças várias no desenvolver da campanha, com uma candidata que teve que assumir um posto sem nenhum planejamento. É ainda uma disputa em que integrantes de redes sociais desenvolveram uma campanha cheia de ódio e rancor. 

Não dá para deixar de falar que esta é a campanha onde a desconfiança na urna eletrônica ficou mais visível. A desconfiança se juntou ao descrédito já nutrido por pesquisas eleitorais de vários institutos. Há até o temor de que os resultados das pesquisas estejam aliados a fraudes na urna eleitoral. 

Pode ser apenas um temor, mas por via das dúvidas, nos últimos dias começou uma campanha por cores. Os organizadores, se é que eles existem, pedem para o que não forem votar em Dilma Rousseff vistam amarelo na hora de votar. Apoiadores da presidente e candidata à reeleição sugerem que os eleitores dela votem de azul.

 

É uma forma de mostrar que os eleitores não estão indiferentes. É claro que a ação não resultará em favorecimento de um ou de outro candidato, mas serve para mostrar aos institutos de pesquisa que eles precisam fazer um bom trabalho, com credibilidade. 

É, ainda, um recado para quem pensa em fraudar urnas. É claro que a manifestação não terá o condão de impedir fraudes ou desmentir os resultados de tantos levantamentos, mas serve de base para futuras discussões sobre o assunto. Até para se buscar mais segurança dos equipamentos. 

E o irônico disso tudo é que as cores chegam a uma campanha onde elas foram usadas de forma aleatória, sem um padrão que as ligasse aos partidos que disputam a eleição. A maioria dos partidos não conseguiu manter a uniformidade de cores, como já chegou a ocorrer em passado não muito distante. 

E muitos foram os que mudaram as cores com o intuito de mostrar aos eleitores mais leveza de seus candidatos, o que pode reduzir a antipatia do eleitor por determinado partido. 

O que as legendas não contavam é que sem organizações partidárias, as redes sociais conseguiram movimentar muita gente. Pelo menos aparentemente.

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