Depoimento pouco explicativo

Depoimento pouco explicativo

Secretário responde pouco em CEE e Consórcio nega ter dívida com a Transerp

Um depoimento do secretário municipal de Administração, Guilherme Silva, à Comissão Especial de Estudos (CEE) que acompanha o cumprimento do contrato de concessão do transporte coletivo restou pouco explicativa.

O secretário, sem informações, conseguiu responder a apenas uma pergunta satisfatoriamente. Ele revelou que por conta de descumprimento de cláusulas, houve um processo administrativo que resultou em advertência ao Consórcio PróUrbano, vencedor da concorrência e que opera o transporte público desde 2012.

A outras questões levantadas pelos vereadores, o secretário respondeu não ter conhecimento do assunto ou que a questão se referia ao período de seu antecessor no cargo, Marco Antônio dos Santos, hoje superintendente do Daerp e da Coderp.

Uma das informações que pareceu relevante durante a sessão de depoimento do secretário foi desmentida depois. O presidente da CEE, vereador Marcos Papa (sem partido) exibiu um ofício da Transerp onde a empresa que cuida do transporte e trânsito da cidade apontou ter a receber do PróUrbano mais de R$ 1 milhão.

O valor, de acordo com o ofício, que teria gerado nove cobranças oficiais ao Consórcio, se refere a atraso no pagamento da taxa de gerenciamento, de setembro do ano passado a março deste ano.

Questionada sobre o assunto, via coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura, a Transerp nada respondeu. Já a assessoria de imprensa do Consórcio negou, em nota, a existência da dívida. “O PróUrbano está em dia com a taxa da Transerp,  assim como todas obrigações do contrato de concessão”, assegurou.

Independente de dívidas ou atrasos no cumprimento de cláusulas contratuais, a impressão que se teve, com o depoimento do secretário da Administração, é que o contrato é mesmo mal gerido pela Prefeitura. Que não há no governo um local que reúna as informações sobre a concessão. Ora é um, ora é outro.

Ao final da audiência, Guilherme explicou que por ser um contrato grande, o assunto envolve várias pastas. Mas afirmou também que uma comissão criada por decreto no início do mês pode melhorar a reunião de informações. É possível.

Mas há mesmo perguntas que não se calam. Porque a comissão só nasce três anos após a vigência do contrato?

BOA NOTÍCIA
Sem a devida brevidade, mas certamente ainda em tempo, a Transerp também informou à Comissão que contratou a fundasse para auditar o faturamento das empresas que integram o Consórcio. A auditoria nos números está prevista no contrato e poderia ter sido realizada desde o início da concessão. Agora parece que chegará a bom termo.

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Mas a exploração de publicidade em pontos de ônibus continua a ser um mistério. Mais uma vez a questão foi colocada em discussão, na reunião da CEE, sem que houvesse qualquer explicação de quanto é o faturamento e em quanto isso pode ajudar no valor do preço da tarifa. Aguardemos, pois. Quem sabe em mais uns três anos.

JOGOS ABERTOS
Como não poderia deixar de ser, a polêmica sobre a realização ou não dos jogos abertos, em função de a Justiça ter proibido a utilização de escolas para alojamento de atletas, chegou à Câmara. Na sessão desta terça-feira, dia 8, o vereador Cícero Gomes da Silva (PMDB) disse que os professores já compensaram o período em que não haverá aulas, no recesso de julho, e que agora não podem ficar sem o descanso.

COERÊNCIA LÁ LONGE
Uma semana depois de criar o selo “Se beber não dirija”, para ser exibidos em bares e casas noturnas da cidade, os mesmos vereadores – de Ribeirão Preto – aprovaram, por 20 votos a dois (na verdade Saulo Rodrigues – PRB – presente à sessão, não votou) aprovaram projeto que permite a venda de cerveja em estádios de futebol, durante os jogos. Vai entender o raciocínio desse povo.

VOU DE TÁXI
Os vereadores devem acreditar, piamente, que todos os torcedores de clubes que beberão nos estádios irão para o local de ônibus ou de táxi. Parece um pouco de ingenuidade para quem conseguiu vencer uma eleição.

ELE DISSE
“Se nós proibirmos neste ano, não haverá mais jogos (Abertos) do Interior. Serão jogos da Capital”.
Genivaldo Gomes (PSD), vereador em Ribeirão Preto, sobre a possibilidade de a cidade perder a realização dos Jogos Abertos do Interior em função de liminar judicial que proíbe a utilização de escolas para alojamento de atletas. 

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