
Descaso e insegurança no parque
Com área invadida, o que seria o Rubem Cione parece estar dominado por marginais
Quem ouviu a fala do secretário municipal de Obras Públicas, Abranche Fuad Abdo, na Comissão Especial de Estudos (CEE) para analisar a situação do parque Rubem Cione, que está sob invasão e ainda aguarda construção, teve a nítida impressão de que as obras não sairão do papel.
Pior que as obras não deixarão de ser realizadas por falta de dinheiro, nem por falta de vontade política e muito menos por falta de projetos. Mas por falta, pasme, de segurança. Sim, é verdade, você leu direito. Falta segurança para as empresas trabalharem no local. Por isso, duas abandonaram o contrato no meio.
LEIA MAIS
Secreário pede ajuda para retomar obras do parque
Há aí um sério descaso do governo estadual que não consegue manter um mínimo de segurança no entorno da área para que a criminalidade seja reduzida. Da forma como o secretário falou, ficou a sensação de total abandono por forças de segurança.
Mas também houve descaso por falta da Prefeitura, que não fez a segurança da área pública destinada a um parque e que é invadido pela segunda vez. E motivos para manter segurança no local havia de sobra. Se empreiteiras abandonaram o trabalho e o faturamento por furtos sofridos, não seria difícil imaginar que o local precisava de vigilância mais que reforçada.
Houve descaso sim. E quem justifica a não edificação do parque em quase sete anos sabe que houve. E que as palavras são meras desculpas a tentar encobrir a falta de interesse com áreas de lazer nas periferias mais pobres da cidade.
É claro que situações relatadas por moradores da região, funcionários da Secretaria de Obras e das empresas contratadas são pesadas. De grupos de traficantes de drogas que fazem ameaças pela não construção do parque ou de qualquer obra que possa dificultar o “trabalho” de suas “equipes”.
O depoimento de Abranche acendeu uma luz amarela. É um alerta forte para que a cidade retome aquele próprio municipal. Que a Polícia Militar seja acionada, para evitar a continuação do controle do local por marginais.
Caso contrário o parque ficará apenas no projeto. E, pior, os bandidos podem se encorajar a tomar outros locais que deveriam ser públicos.
LEITE LOPES
Às vésperas da audiência pública em Brasília para discutir as obras de ampliação do aeroporto Leite Lopes, a prefeita Dárcy Vera (PSD) se reuniu em São Paulo com o secretário estadual de Logística e Transporte, Duarte Nogueira (PSDB), para falar sobre o assunto. Apesar de considerar a conversa positiva, a prefeita informou que o secretário teme desapropriar áreas para a ampliação da pista e o Ministério da Aviação Civil não realizar a obra.
TERÁ FAÍSCAS
Por isso a reunião desta quinta-feira, na Comissão de Transportes da Câmara Federal tem tudo para ser tensa, com discursos ríspidos e de forte cobrança. Como os três níveis de governo – municipal, estadual e federal – estarão na audiência, será a vez de “acareação” para saber quem está atrasando as já muito atrasadas obras do Leite Lopes. Um assunto já cansativo e enfadonho.
CASAMENTO QUE ESPERE
O vereador Ricardo Silva casa-se na sexta-feira, dia 27. Mas na quinta-feira irá a Brasília para participar da reunião. Os preparativos para a cerimônia ficarão para o dia da celebração. “Vou à audiência porque quero saber quem está enrolando a população de Ribeirão Preto”, disse.
PERMUTA
Os vereadores de Ribeirão preto aprovaram na sessão desta terça-feira um projeto de lei do Executivo que permite à Prefeitura pagara dívidas contraídas com o Daerp, em 2010 e 2011, com terrenos do município. A dívida é de pouco mais de R$ 17 milhões e as áreas foram avaliadas em quase R$ 16 milhões. A diferença da dívida poderá ser paga com operação similar, segundo a lei aprovada. O projeto nem foi discutido porque o Daerp já utiliza os terrenos, onde estão poços artesianos e reservatórios.
BOLETOS SEGUEM
Já o projeto que previa o fim do protesto de dívidas de impostos do mesmo ano fiscal ficaram para depois. O projeto estava em regime de urgência especial e tinha que ser votado. Mas, sob a frágil alegação de estudar melhor o assunto, a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) deixou de dar parecer para o projeto, que foi apresentado pelos vereadores Rodrigo Simões (PP) e Ricardo Silva (PDT).
ELE DISSE
“Quando digo tentar (construir o parque Rubem Cione) é porque tenho plena consciência das dificuldades (de realização da obra)”
Abranche Fuad Abdo, secretário municipal de Obras Públicas, sobre a falta de segurança para se construir o parque na zona Oeste de Ribeirão Preto, onde bandidos furtaram as construtoras e ameaçaram vigilantes.
Foto: Eli Zacarias