
Desinteresse preocupante
Na noite da quinta-feira, dia 4, o Fórum das Entidades de Ribeirão Preto (Ferp) realizou a primeira apresentação de candidatos em encontro realizado na sede do Centro da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). Mas faltou público. E muito.
No auditório de 250 lugares estavam cerca de 50 pessoas, já contando assessores e aliados dos quatro candidatos que apresentaram suas propostas. Que a população comum tem pouco interesse por política todos sabemos. Mas o encontro foi organizado por entidades do empresariado.
A falta de interesse pegou até uma das candidatas que foi convidada para apresentar suas propostas. Ela não compareceu e nem apresentou justificativa. Chegamos a um ponto que, aparentemente, nem alguns políticos estão interessados por política.
E a culpa é exatamente dos políticos que tudo aprontam quando estão no poder. Tanto fazem para obter descrédito que estão conseguindo. A ponto de nem os programas eleitorais despertarem interesse.
É preciso que algo seja feito. E logo. A continuar desta forma, com o descrédito em constante crescimento, as eleições terão até sua legitimidade questionada. Há muito de errado nesta fórmula em execução. Mudanças são necessárias e urgentes.
Porque o desinteresse tem uma tradução muito ruim. Enquanto a população se afasta dos compromissos políticos, os mal intencionados “fazem a festa” no setor público. Quando o eleitor não se interessa em conhecer, ele dificilmente irá fiscalizar o político.
A tendência, então, é de piora do quadro. A não ser que a população resolva dar a resposta no voto, nas eleições de outubro, escolhendo novos políticos, mudando a forma de votar, principalmente para o parlamento.
Isso porque não há uma forma mágica de resolver. Enquanto os políticos tiverem a tranquilidade da reeleição, agirão como malfeitores que se beneficiam da impunidade.
E candidato há para escolher. Tanto para deputado estadual quanto pra federal a média é de 20 candidatos por vaga. Só em Ribeirão Preto há quase 30 políticos na disputa das cadeiras da Assembleia Legislativa e Câmara Federal. É só escolher.