
A difícil defesa de um reajuste
Correção salarial de servidores que atingiram o teto encontra resistências na Câmara
Servidores municipais que ganham salários similares aos da prefeita Dárcy vera (PSD), de R$ 17,3 mil, voltam à Câmara Municipal nesta quinta-feira, dia 10, para pressionar vereadores a aumentar o subsídio da prefeita, do vice Marinho Sampaio (PMDB) e dos secretários municipais, que hoje ganham R$ 6,5 mil sem os descontos.
Estes funcionários, cerca de 500, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto e Guatapará, Wagner Rodrigues, estão sem os reajustes em seus salários porque a última correção dos subsídios do chefe do Executivo, no caso hoje a prefeita Dárcy vera, ocorreu em 2008.
De lá para cá foram muitos os servidores que atingiram o teto e não podem mais receber correções. Por isso a defasagem em alguns casos ultrapassam cinco, seis anos. Na verdade o reajuste até foi concedido a todos os servidores, mas estes não receberam em função do impedimento.
É praticamente impossível negar que estes servidores tenham direito a tais reajustes. Difícil é defender de público que quem ganha cerca de 20 salários mínimos, em uma situação de grave crise econômica possa receber tal benefício.
Principalmente em uma cidade que não consegue tapar seus buracos e que estes ainda provocam acidentes fatais. É difícil. Muito difícil mesmo.
Tanto que representantes destes servidores dão entrevistas sob a condição de anonimato, circulam pela Câmara Municipal de forma discreta, sem querer chamar a atenção e não saem por aí defendendo seus direitos.
Agora, mais recentemente, o Sindicato dos Servidores resolveu tomar para si a defesa. Pelo menos em duas ocasiões Wagner Rodrigues foi à Câmara Municipal fazer a defesa dos servidores e pedir a vereadores que votem um projeto que aumente os subsídios. Nem é para a prefeita Dárcy Vera, mas para valer a partir da próxima gestão.
Na última terça-feira, após reunião com vereadores e busca de assinaturas ao projeto, o líder sindical disse que nesta quinta os servidores devem lotar a Câmara Municipal para pressionar os vereadores.
Da forma como disse Walter Rodrigues, essa pode ser a última tentativa. “Se não der teremos que ir para a Justiça. Os 22 vereadores têm que ter compromisso com o trabalhador, não com seu projeto pessoal”, disse na rampa da Câmara Municipal.
A dificuldade é tão aparente que o presidente da Câmara, Walter Gomes (PR), assegura que o projeto só entra em pauta com a assinatura e o compromisso de voto dos 22 vereadores. Porque ninguém quer dar a cara a tapa. Assumir uma posição que pode tranquilamente ser usada em campanha eleitoral.
Aparentemente a luta não será das mais fáceis. Até porque propostas polêmicas não costumam obter consenso em parlamentos. Pelo menos não é essa a prática comum.
VÍDEO SUMIDO
Segue fora do acervo da conta da TV Câmara no Youtube o arquivo de vídeo da sessão ordinária da última terça-feira, dia 8, quando foi votado e rejeitado o projeto de revisão do Plano Diretor. A sessão foi polêmica, com discursos pesados, ataques e votos contrários da bancada governista ao projeto de iniciativa da prefeita Dárcy vera (PSD). Parece estranho que uma sessão que foi transmitida pela TV Câmara não tenha sido gravada. Não deve ser coincidência, porque há vídeos de uma sessão extraordinária e do jornal da Câmara, que antecederam à sessão ordinária, e de uma sessão solene que ocorreu logo após. Justo a sessão do meio desapareceu.
NA OPOSIÇÃO?
O deputado federal e presidente estadual do PMDB Baleia Rossi declarou ter votado na chapa 2, ou avulsa, da Comissão Especial que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A votação foi secreta. "Sou do grupo de deputados do PMDB que repudia a troca de apoio parlamentar por cargos no governo", afirmou o deputado, após a votação nas chapas, na última terça-feira, dia 8. A chapa 2 foi a vencedora, mas o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu liminarmente a decisão da Câmara dos Deputados até análise do assunto pelo plenário. "Acredito que o Congresso tem total condição de analisar o processo de impeachment", completou, emendando que o partido está muito preocupado com a economia do país.
MISSIVA
Sobre a carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) à presidente da República, Baleia Rossi se diz solidário a Temer e ressalta que não teve entrelinhas. "A ideia da carta demonstra a realidade: a vida pública longa e de muito respeito do vice-presidente. O PT tentou desqualificar o Michel. O PMDB nunca participou das decisões macroeconômicas e políticas do país", afirmou o deputado. O estranho foi o envio da carta já no segundo mandato de Temer como vice e justamente quando se começa a discutir o impedimento da presidente. Ou não?
SEM SUCESSO
A Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto (Cohab-RP) parece não ter obtido o sucesso esperado em receber parcelas atrasadas de mutuários inadimplentes, com abatimento de 50% dos juros de mora. Uma assembleia geral extraordinária está sendo convocada pelo presidente da Companhia para o próximo dia 21, às 9h, para prorrogar o prazo da “promoção” em andamento.