As eleições e os gastos

As eleições e os gastos

Partidos e candidatos estão “autorizados” a mentir mais um pouco nas eleições deste ano

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na “carona” da minirreforma eleitoral, definiu os valores que poderão ser gastos pelos candidatos na campanha eleitoral deste ano, quando se renovam, ou não, prefeitos e vereadores das cidades.

É assim meio que uma autorização para que os candidatos e partidos mintam um pouco mais para a Justiça Eleitoral. Como se já não bastassem as verdadeiras fantasias que são as prestações de contas oficiais das campanhas.

Em Ribeirão preto, por exemplo, na campanha de 2012, o então candidato petista João Gandini declarou gastos maiores que a prefeita reeleita Dárcy Vera (PSD).

E por mais que o PT esteja sendo acusado das maiores falcatruas, é difícil acreditar que os valores da campanha de Ribeirão Preto tenham sido superfaturados ao ponto de em um turno gastar mais que a campanha adversária em dois.

É mais fácil acreditar em subfaturamento da campanha vitoriosa. Isso porque além dos dois turnos, no primeiro era a coligação com maior tempo de TV e, logo, com maior custo de produção. Pois bem, alguém deve ter faltado com a verdade na prestação de contas, como sempre ocorre.

Agora, ficou um pouco pior. O malabarismo terá que ser mais eficiente. Isso porque cada candidato poderá gastar “apenas” a metade do que o declarado na campanha mais cara de 2012. Os vereadores podem, no mesmo critério, gastar 70%.

Assim, com metade dos recursos, e sem doação de pessoas jurídicas, candidatos e partidos vão ter que se virar para conseguir colocar nas ruas suas propostas eleitorais.

É claro que uma boa parte dos candidatos não terá nem 10% dos recursos que poderão gastar. Já uma outra parte terá tanto que será preciso uma mágica mais que eficiente para fazer desaparecer receitas e despesas.

Quem já usava caixa dois em outros tempos, terá que usar caixa três, quatro... Será uma enganação ainda maios. E não apenas ao eleitor (esse já acostumado com engodos), mas à Justiça Eleitoral.

Doutos promotores e juízes, por falta de estrutura para fiscalizar e auditar os gastos dos candidatos, terão que fazer cara de crédulos e contas que não convencem ninguém. Tudo porque quem estabelece as regras é justamente quem delas se beneficia.

E vamos de novo para uma campanha mentirosa. Nas propostas e nas contas. Haja paciência.

DEBATES MARCADOS
A TV Band já marcou as datas de debates eleitorais que transmitirá nas eleições municipais deste ano. O primeiro será no dia 22 de agosto, logo após o registro dos candidatos e o encerramento dos Jogos Olímpicos. Em caso de segundo turno, o debate acontece no dia 7 de outubro, na primeira sexta-feira após a disputa do primeiro turno, marcado para o dia 2 de outubro. Em Ribeirão Preto a transmissão ficará a cargo da TV Clube, afiliada da Band.

ADMINISTRAÇÃO DESERTA
Está bastante estranho como a Administração Municipal não tem conseguido executar uma das partes da gestão: a compra de produtos e serviços. Várias são as licitações consideradas desertas por falta de licitantes. Pode ser este um reflexo do atraso de pagamentos a fornecedores, que afeta vários setores da Prefeitura, notadamente da administração direta.

MEIA DÚZIA
Apenas no Diário Oficial do Município desta quinta-feira, 21, estão seis publicações de licitações desertas, por falta de interessados. Há tentativas de contratação de empresa para manutenção de bombas de combustíveis, de auditoria para o Fundo Municipal de Saúde, aquisição de eletro eletrônicos e até de dois veículos. É muito desinteresse para uma gestão só.

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