Essa tal seletividade

Essa tal seletividade

A palavra que ganhou os discursos por aí mostra sua prática é bem comum na política

Seletividade. O jornal seleciona o que vai publicar. A emissora de TV – ou de rádio – seleciona o que vai transmitir. A revista escolhe que assunto vai abordar. O político toma a decisão que mais se aproxima de seu convencimento. A Justiça seleciona os fatos na hora de julgar.

Parece lógico que recortes sejam feitos para facilitar a vida de produtores e consumidores. Também parece imprescindível que alguma seleção seja feita e que as coisas sejam hierarquizadas para um melhor entendimento de quem consome informações, serviços, justiça etc.

Mas a palavra seletividade vem ganhando proporções ultimamente em razão dos fatos que ocorrem no País nos estados e nos municípios. Nesse caso, a palavra perde o sentido de hierarquização para ganhar conotação de paixão política, partidarismo e até de avanço contra a Justiça.

Quem defende o governo federal acha, por exemplo, que a Justiça e a mídia estão selecionando os assuntos, as acusações e até as condenações. Já quem é contra acha que tudo está certo e que os integrantes do governo são homens da pior espécie. E por aí vai.

Há sempre quem defenda a condenação de uma ação de determinado partido ou instância de governo e busque a absolvição de alguém que tenha cometido algo parecido. Faz parte da natureza humana de defender seus próximos.

E vemos exemplo todos os dias. No caso de Ribeirão Preto, os mesmos vereadores que defendem a investigação de uma licitação de merenda com suspeita de que haveria superfaturamento, não quer com a mesma intensidade que denúncias de desvios na merenda escolar do Estado tenha o mesmo tratamento. O inverso também é verdadeiro e praticado.

E, pior, a seletividade ajuda uns, prejudica outros e engana a maioria. Há gente com disposição de disputar eleições ampliando os fatos de acordo com seus objetivos. Com discursos pesados aqui, mais brandos acolá. E assim vai.

A única saída para escapar de tudo isso é a população comum passar a entender que a seletividade existe para um lado e para outro. Ou para mais de dois ou três lados. E passar a praticar também a sua própria seletividade de decisões. Notadamente na hora de votar.

ANVISA
O vereador Maurílio Romano (PP) esteve nesta quinta-feira, 10, na sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uma reunião com os diretores da agência, entre eles o ribeirãopretano Fernando Mendes Garcia. O encontro, que contou com a participação do presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Antônio Carlos Maçoneto, teve como objetivo reivindicar a instalação uma base da Anvisa em Ribeirão Preto. “Nosso intuito é facilitar o dia-dia das empresas que realizam importações e também para a população que necessitar da Carteira Internacional de Vacinação”, disse o vereador.

CAMPANHA
“Posso não estar presente, mas a minha imagem vem. Também vou trazer o Bolsonaro (Jair Bolsonaro – deputado federal pelo Rio de Janeiro). Serão as duas principais vozes da direita brasileira”. A afirmação é do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) sobre a participação em uma eventual campanha para prefeito do hoje vereador Ricardo Silva (PDT). A eventual ausência – física – do deputado em Ribeirão é porque ele também estará na campanha para prefeito de São Paulo.

FILIAÇÃO
O advogado e jornalista Rodrigo Camargo tem mantido conversas com o presidente estadual do PTB, deputado estadual Campos Machado, para definir sua possível filiação à legenda com certo compromisso de se candidatar a prefeito nas eleições deste ano. Mas depois de uma primeira conversa, Rodrigo não se mostrou muito à vontade com a filiação. Mas ela pode ocorrer.

TJ BANCA
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) negou recurso da Prefeitura contra decisão que julgou improcededente a Ação direta de Inconstitucionalidade (Adin) de uma lei de incentivo ao esporte, de autoria do vereador André Luiz da Silva (PCdoB). Em julgamento de novembro do ano passado, o TJ manteve a lei em vigor. A Prefeitura entrou com recurso extraordinário, mas o TJ considera que não existem “requisitos de admissibilidade do recurso”. A lei municipal de incentivo ao esporte, aprovada em maio do ano passado, só valerá a partir de 2017, porque os incentivos precisam constar do Orçamento.

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