A falta de diálogo

A falta de diálogo

Os políticos estão utilizando, cada vez mais, os veículos de comunicação para "conversarem"

As redes sociais, a tecnologia crescente, as mensagens curtas, os vídeos nem tão curtos, a preguiça quase generalizada tem levado a efeitos sérios na sociedade. As pessoas desprezam o diálogo, as reuniões para falarem com quem está distante com a ajuda de um pequeno aparelho.

As mensagens curtas facilitam a pouca vontade de ler, de se informar. A busca por uma quantidade cada vez maior de informação é uma realidade, mas a qualidade das informações que chegam é altamente questionável. E a falta de diálogo atinge famílias, relações sociais e profissionais e, pior, chegou à política.

E chegou de uma forma assustadora. Cada dia mais os políticos – federais, estaduais e municipais – conversam por meio dos veículos de comunicação. Não há uma conversa direta. E os intermediários cuidam de mudar conteúdos, apimentar ou suavizar falas.

É horrível quando se vê, por exemplo, um presidente de uma casa legislativa, ameaçar o chefe do Executivo, como tem ocorrido no caso do governo federal. E há, claro, a réplica, com promessas veladas de retaliação.

Em Ribeirão Preto essa realidade existe de forma clara. Executivo e Legislativo não conseguem se entender em assuntos importantes, como a revisão do Plano Diretor, que não é votada por capricho de vereadores que querem fazer valer suas vontades.

Vez ou outra acontecem tentativas de o diálogo ocorrer, mas nem sempre se chega a bom termo. Recentemente, vereadores de oposição fizeram uma proposta ao Executivo, acerca da licitação para as obras de mobilidade urbana. Não sem o devido tom de ultimato.

Na sequência, o Executivo fez uma reunião para tratar do assunto. O diálogo foi marcado por acusações, críticas pesadas e discussão em público. As imagens saíram arranhadas e o Executivo não conseguiu o seu intento, que era acelerar a licitação das obras.

Aí ficam os poderes se digladiando por meios judiciais ou dos veículos de comunicação.

Há os que falam bem de “A” e mal de “B”. A recíproca é verdadeira. E não raro, na ânsia de melhorar a imagem do protegido ou arrebentar com a imagem do adversário, mentiras são contadas abertamente. Informações erradas são faladas com uma tranquilidade que chega a envergonhar cidadãos de bem. De parte a parte, diga-se.

Tivessem os poderes conversas em nome do bom desenvolvimento da cidade, este tipo de situação seria desnecessário. Mas, bem entendido, com a maturidade de manter a independência e a distância necessária ao bom trabalho de cada poder. Sem nenhuma sombra de promiscuidade.

Com diálogo franco, sem subterfúgios, seria possível manter relacionamento saudável e, certamente, uma população melhor servida. Mas a necessidade do voto vive a ditar as regras de um jogo que fica cada dia mais sujo e obscuro.

Reflitam senhores que detêm mandato e algum poder.

DÍVIDA QUITADA
A Prefeitura de Ribeirão Preto confirmou, por meio de nota, que o Consórcio PróUrbano pagou toda a dívida da taxa de gerenciamento que havia sido acumulada de setembro do ano passado a março deste ano, resultando em mais de R$ 1 milhão. Também informou que desde abril não houve mais atrasos no pagamento da taxa. O Consórcio já havia prestado essa afirmação anteriormente. Tanto melhor.

CARROS ABANDONADOS
Depois de dois anos de lei aprovada e sem regulamentação da Prefeitura, os vereadores André Luiz da Silva (PCdoB) e Evaldo Mendonça, o Giló (PR), apresentaram e conseguiram aprovar mudanças na lei que autoriza a Transerp a retirar das ruas veículos abandonados. Basicamente ocorreram dois acréscimos na lei: os proprietários serão noticados da situação e da existência da lei - por via postal, para garantir o conhecimento, e terão prazo de 30 dias para retirarem os veículos das ruas.

DECRETO
Giló garante que com a aprovação, um decreto regulamentador da lei será publicado ainda nesta semana pela Transerp. “E os veículos que não forem retirados por seus proprietários serão prensados e vendidos como sucata”, comentou o vereador. Com isso, nem haverá superlotação de pátios de veículos apreendidos.

HOSPITAL DO CÂNCER DE BATATAIS
A construção do Hospital do Câncer de Batatais atraiu a atenção de 18 empresas que estão disputando a licitação, segundo a Prefeitura da cidade. As empresas passam por habilitação e, depois, pela disputa propriamente dita. De acordo com a Administração Municipal, a licitação com valor estimado de R$ 5,83 milhões para a primeira etapa é a maior da história da cidade. Deve ser também a mais importante, por se tratar de uma área tão necessária quanto a saúde

MANUTENÇÃO DE PRÉDIOS
Por falar em licitação, a Prefeitura de Ribeirão Preto está com uma disputa aberta para contratação de empresa especializada para execução de serviços de manutenção predial geral preventiva e corretiva para todos os prédios das unidades educacionais. O valor estimado para o prazo de 12 meses é de R$ 9,82 milhões.

ELA DISSE
“Tem gente que pode fazer dez mil placas (de propaganda eleitora). Mas tem quem não tem dinheiro para dez placas”
Viviane Alexandre (PPS), explicando porque votou a favor de projeto que proíbe a colocação de placas de propaganda de candidatos em imóveis particulares.

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