A gente nunca esquece

A gente nunca esquece

Governo da prefeita Dárcy Vera já está marcado na história. Negativamente.

Ela é a primeira, em vários sentidos. A primeira mulher a ser eleita prefeita de Ribeirão Preto. A primeira mulher a ser reeleita prefeita da cidade. Foi também ela, em primeira vez, quem teve o mandato cassado em primeira instância, com decisão revertida após recurso. Agora passou a ser a primeira prefeita presa da história da cidade, acusada de chefiar um grupo que praticava corrupção e desviava recursos públicos.

Como na propaganda de uma marca de sutiã, que marcou as mentes de quem tinha noção de mundo há cerca de duas décadas, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) já é inesquecível. Não por sua qualidade, mas pelos péssimos procedimentos administrativos, falta de transparência, ética e, principalmente pela incompetência e desonestidade. É um governo grifado na história. Com grifo vermelho pra ficar bem visível.

Para quem já começa a esquecer, Dárcy também representa a primeira gestão que teve duas contas anuais rejeitadas pela Câmara Municipal. De uma só vez. Também foi a gestão que provocou a suspensão de nove vereadores da base aliada (há quem prefira chamar de alugada, por motivos óbvios). Por uma história nada convincente de que os poderes devem ser harmônicos é que a cidade viu tanta barbaridade ser aprovada na Câmara. E tanto atraso a se perpetuar.

Foi também a prefeita Dárcy Vera, desta feita por determinação judicial, que inaugurou o sistema de concessão do transporte coletivo público. Antes o serviço era prestado por permissão. Houve até concorrência, mas os passageiros viram as mesmas três empresas continuarem em ação, associadas a uma quarta empresa. Os passageiros também viram o contrato de concessão ser descumprido sem que o frágil governo impusesse qualquer sanção efetiva.

Foi também a prefeita Dárcy Vera a trazer, em sua gestão, provas de automobilismo profissional. Por cinco anos a Stock Car cumpriu aqui uma das etapas do campeonato nacional. Por conta disso é a primeira prefeita a responder por improbidade administrativa na utilização do dinheiro destinado, pelo Ministério do Turismo, às provas.

Você pode até pensar que foi na gestão da prefeita Dárcy Vera que se enfrentou o centenário problema das enchentes na Baixada. Mais ou menos. Ela deu continuidade às obras iniciadas. E tem méritos por isso. Por ter conseguido empréstimos do governo federal. Outras cidades conseguiram o dinheiro a fundo perdido.

O governo da prefeita Dárcy Vera também enfrentou recorde em casos de dengue e o primeiro a acumular tantos buracos nas ruas e nas contas públicas. Também é marca do governo da prefeita a formação de quadrilha tão exponencial quanto a que aponta da Polícia Federal e o Ministério Público.

Assim, por estas e outras, e pela incapacidade administrativa inconteste e a desonestidade sugerida pelas investigações, não será fácil esquecer esse governo que, de tanto insistir em erros, acabou antes do prazo previsto.

RETORNO
Depois de curtas semanas de férias, retorno às linhas deste espaço. Ainda aturdido com os acontecimentos do período em que permaneci em descanso. Foram dias de extrema tensão, que seguem pesados para alguns. Foi assim como se Ribeirão Preto quisesse imitar Brasília em alguns quesitos.

TUDO IGUAL
Há questões que não sofreram modificações nestes últimos 20 dias. E muito certamente permanecerão da mesma forma até a virada do ano. Os nove vereadores da base aliada seguem suspensos e o processo de cassação deles continua a levantar informações com testemunhas. Dificilmente serão cassados ou absolvidos ainda neste conturbado dezembro.

Foto: Júlio Sian

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