
A greve e o bom senso
A greve dos servidores técnicos da saúde, com 12 dias, já extrapola os limites do bom senso. E de parte a parte. Tanto Sindicato dos Servidores Municipais quanto Prefeitura já deveriam ter encontrado uma solução.
O contrário revela insensibilidade das duas partes. Isso porque na outra ponta está o cidadão à espera de atendimento, cada vez mais difícil nas redes públicas de saúde, em todos os níveis.
O próprio sindicato informa que esta é a mais longa greve já ocorrida de servidores municipais. Logo, já passou da hora de se encontrar a saída. A “queda de braço” é ruim para todos. E muito pior para os usuários.
É claro que os servidores têm direitos a serem reivindicados. Principalmente no caso de uma lei já definir a jornada de trabalho. Seria basicamente cumprir a lei.
Pressionada, a Prefeitura alega ser a lei autorizativa, muito embora defina prazos e regras, além de estar “prensada” pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Publicamente, Sindicato e Administração Municipal garantem estar em busca de resolver o problema e encerrar a paralisação. As ações, no entanto, não têm a celeridade que o momento exige. Há muito mais a ser feito.
É provável que a agonia esteja chegando ao fim e que tudo volte ao normal na próxima semana, porque a situação ruim da saúde vem piorando. Há consultas não realizadas e exames ficando para depois.
Muito embora o secretário da Saúde, Stênio Miranda, afirme que a greve pouco afeta o setor, em função da demanda reduzida pelos próprios usuários, há sempre quem precisa de atendimento e não consegue.
É justamente por isso que Sindicato e Prefeitura precisam se entender. Afinal, em um setor tão importante quanto a saúde não dá para fazer de conta que tudo vai bem com uma greve de 12 dias.