A ‘guerra’ antecipada

A ‘guerra’ antecipada

Mais do que para divertir torcedores, alegrar quem muito gosta de futebol, a Copa do Mundo no Brasil tem servido a outros interesses que estão distantes dos que grudam os olhos na televisão à espera de um grito de gol.


Em ano eleitoral há uma torcida – meio velada, é verdade – contra o sucesso da seleção brasileira. Isso se dá pela simples interpretação de que se a seleção fracassar, a disputa pela reeleição da presidente Dilma Rousseff também afundará.

Mas a torcida contrária não vem dos adversários da presidente e candidata à reeleição. Vem de seus torcedores diretos, pagos ou não. São eles que postam críticas ao governo, relacionando gastos com estádios, por exemplo, nas redes sociais.

Também houve um movimento, antes do início dos jogos, de críticos da infraestrutura oferecida para a realização do mundial. Dizia-se que o transporte seria insuficiente e que era bom nenhum turista precisar de assistência médica, por exemplo.

Agora a copa vai caminhando, jornais do exterior elogiam a organização e os incidentes registrados são menores que os esperados pela torcida contrária, pelos críticos.

Pronto. Virou então a vez dos aliados do governo federal, pagos ou não, invadirem as redes sociais espalhando matérias jornalísticas de toda ordem, sempre elogiosas ao governo e aos acertos ocorridos.

A realização da Copa virou moeda de troca por votos. Transformou-se em mote de campanha eleitoral de efeito duvidoso. Quem tem cautela deve se abster de ligar o evento às sucessões estaduais e federal. Há sempre risco de resultados desfavoráveis.

Ademais, a vitória ou derrota do grupo selecionado em nada depende do Palácio do Planalto ou dos Bandeirantes. Depende mesmo é da vontade, da técnica e da disposição dos jogadores. E de um pouco de sorte, claro.

Assim, os candidatos devem se limitar a torcer. E os torcedores dos candidatos deveriam guardar temporariamente suas armas e não misturar esporte com política. Ao menos no tom que tem ocorrido.

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