Há, também, corruptores

Há, também, corruptores

Finalmente as autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações de “mal feitos” descobriram que a corrupção é sim, uma via de mão dupla. Que há corruptos e corruptores. E que, claro, ninguém consegue ser corrupto sozinho.

E então o brasileiro, acostumado a ouvir e ler notícias sobre corrupção, descobriu que há uma culpa compartilhada, responsabilidade dividida. E assim o esfolado contribuinte começa a ter esperança de que a corrupção vai diminuir.
E a chance de redução é mesmo grande. Imagine que os empresários, além de “contribuir” com políticos, pode ser presos por praticar as “boas ações” de ajudar governantes e agentes políticos. Não vão mais querer.

Há muita perda. Redução de contratos e, logo, de rentabilidade. Dificuldade de operar com linhas de crédito e uma grande perda para a imagem institucional da empresa e de seus dirigentes.
Há motivos bastantes para se pensar umas 20 vezes antes de embarcar numa proposta de corrupção. Mas quem já tem prática no assunto está praticamente viciado em desvios e oferecimentos de propina. O controle pode ser difícil.
Até porque com a institucionalização da corrupção, muitos encontram nela uma muleta para os bons negócios com dinheiro público. Assim como uma rotina arraigada nas administrações privadas e públicas.
Mas o alcance da ação, com a divulgação privilegiada é sempre uma ponta de esperança de que os atos de corrupção diminuam. E que o dinheiro do contribuinte possa ser mais respeitado.
Há, no entanto, o risco de ocorrer o contrário. Já que há possibilidade de prisão, de necessidade de se pagar advogados, custas processuais, multas e, claro, a exposição negativa na mídia, não estão descartadas as chances de o mercado sofrer inflação.
Mas sempre vale a pena correr o risco pela busca da moralização.

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