Há uma guerra virtual

Há uma guerra virtual

Mal acabou a apuração da eleição de domingo, cabos eleitorais virtuais reiniciaram suas campanhas. Pagos ou apenas voluntários torcedores, os internautas estão produzindo uma verdadeira guerra virtual com comentários de toda ordem, nem sempre bondosos.


No meio do tiroteio, tem ocorrido muito mais difamação do adversário do que divulgação de propostas dos seus apoiados. E não há santo no “trabalho”. De parte a parte há ofensas, injúrias, difamações e muita, muita mesmo, informação falsa, manipulada.

Há uma espécie de vale tudo. Vale criticar o voto alheio, compartilhar verdadeiras mentiras e até destilar o ódio ao adversário. Muito além do que conseguem fazer os adversários que estão na disputa. A falta de civilidade, cidadania, aparece o dia todo, por todos os cantos.

O que deveria servir como um fórum para o debate de ideias tem se transformado em um espaço de xingamentos e discussões pouco produtivas. Com o nível se aproximando do chão. Uma lástima. Quem assistiu a luta de tantos pelo retorna da democracia sente nojo do que alguns fazem com ela.

No afã de denegrir, pessoas postam reportagens antigas, com declarações obsoletas e que não valem mais. Declarações que já deixaram de ter o seu quinhão de verdade. E desavisados internautas compartilham sem olhar datas ou teores dos conteúdos. Uma lástima

É claro que há boas discussões também. Mas elas acabam engolidas pelas outras nem tão boas. Isso porque as pessoas, mesmo voluntárias, fazem mais que torcer. Discutem, denigrem, xingam. Sempre atrás de uma máquina, sem o contato físico com o outro, como prevê a boa democracia.

Quem tem consciência filtra informações, confere dados e citações antes de sair compartilhando, comentando ou curtindo. Quem não se preocupa com isso corre o risco de passar adiante informações incorretas. Mais que isso, se arrisca a responder por algo que nem tem muita culpa. É a disputa eleitoral virtual.

BOM EXEMPLO

Um bom exemplo vem de Minas Gerais. Grande parte dos candidatos daquele estado decidiu doar o material de campanha para serem reciclados, em atendimento a um pedido feito pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Foram mais de três toneladas de material recolhido pelo Tribunal e enviado para a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de BH (Coopemar), credenciada pelo TRE para a coleta de material reciclável.

SEM SUJEIRA

A iniciativa do TRE faz parte da campanha Sujeira Não É Legal, que tem como parceiros, além do Corpo de Bombeiros, a Cemig e a Polícia Militar de Minas Gerais. “Tivemos resposta, ainda que parcial, ao nosso apelo para que candidatos entregassem o material e agora vamos dar uma destinação ambientalmente correta para o que recebemos”, disse o juiz do Foro Eleitoral de Belo Horizonte, Carlos Henrique Braga.

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