
Interdependência partidária
Desde que as coligações partidárias são autorizadas pela legislação eleitoral, elas interferem nos resultados das eleições e no governo do grupo vencedor. A celeuma que se criou em torno da união do PMDB e PSD é somente uma delas.
O governo garante que quer o PMDB na Administração Municipal e o partido responde que quer continuar, apesar de estremecimentos compreensíveis. Faz sentido. Coligação não é apenas para vencer eleição. Aliados devem ajudar a governar.
Não se pode é confundir ajuda com locupletação. Embora muitos confundam. Há postos ocupados que são importantes, dão credibilidade ao governo a ajudam a resolver questões importantes da Administração.
Aparentemente foi o que ocorreu com a ida do vice-prefeito para a Secretaria da Infraestrutura. Uma pasta de orçamento insuficiente e com muito trabalho a desenvolver. A saída provoca um “emagrecimento” da secretaria.
Não que Marinho Sampaio seja insubstituível. Nem que o partido seja o mais indicado. Mas por sua condição política de vice-prefeito reunia mais condições de realizar que qualquer outro.
Mas voltando às coligações e suas interdependências, por mais que governo e PMDB neguem, a saída não foi apenas por um novo cargo partidário. Há mais coisas no ar, dizem peemedebistas bem informados, sem dizer quais são.
E há mesmo. Não é, no entanto, nada que não possa ser resolvido até as próximas eleições municipais, quando novas alianças serão necessárias e os estremecidos terão que esquecer exigências feitas e promessas não cumpridas de parte a parte.
O fato é que as siglas têm posições e opiniões diferentes sobre os mais diversos assuntos. Não fosse assim estariam todos juntos sob a mesma legenda. E há, claro, motivos para discordâncias. E em um sistema eleitoral ainda frágil, o eleitor conviverá com estas questões. Com maior ou menor intensidade.