
Maluf e os fuscas da seleção
O deputado federal, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf (PP-SP), concedeu na manhã desta quinta-feira, dia 5, uma entrevista ao vivo ao programa Larga Brasa, apresentado por Antônio Carlos Morandini, na Rádio 79, onde falou de vários assuntos.
Ele falou de greve do Metrô, que é uma responsabilidade do governo estadual, que tem obrigação de resolver, de manifestações, de segurança (Rota na rua, claro), mas um assunto chamou mais a atenção pela idade e pela repercussão que ocorreu na época.
Também vale a pena lembrar em função da proximidade da próxima Copa do Mundo, que tem início na próxima semana. A história, polêmica, dos fuscas.
Em 1970, Maluf era o prefeito (nomeado) de São Paulo. O regime político vigente era o militar e o Fusca fazia sucesso pelas ruas e estradas do País.
Pois bem. Como o futebol também era um sucesso, a seleção brasileira venceu a Copa do Mundo daquele ano, disputada no México. Foi o terceiro título da seleção canarinho.
Maluf não teve dúvidas. Com dinheiro público, da Prefeitura, resolveu juntar dois sucessos. Comprou 25 fuscas e deum um de presente a cada jogador que esteve no México.
Instado por Morandini, Maluf lembrou o polêmico caso em que chegou a ser processado e absolvido. O autor da ação popular foi o advogado Virgílio Egydio Lopes Enei. Ele pedia a devolução do dinheiro dos carros aos cofres públicos.
O Supremo Tribunal Federal chegou a acolher a ação por entender que a ação havia sido lesiva \aos cofres públicos. Mas depois de 36 anos de tramitação, em 2006 o STF inocentou o ex-prefeito ao aceitar o argumento de que a Câmara de Vereadores havia permitido a doação.
Em suas respostas ao programa de rádio, Maluf disse que não entendia porque se pedia que ele devolvesse o dinheiro dos carros, se estes estavam na garagem dos jogadores e não na sua.
“Dei um fusquinha para o Pelé, para o Rivellino, para o Tostão e até para o Leão. E o processado fui eu, e não quem recebeu os carros”, disse na época em que respondia a ação, uma das primeiras contra ele.
“Morandini, gastei mais dinheiro com advogado do que o valor de todos os carros juntos, mas fui absolvido”, disse. Quanto a entender a denúncia contra ele, o ex-prefeito entendeu sim. E bem.
O autor da ação é que não entendeu o resultado do julgamento. Mas não recorreu porque se deu por satisfeito com a polêmica, o barulho que o assunto causou.