
Momentos de (muita) dor
“O Artur vive momentos de muita dor, sofrimento”. As palavras são do advogado Alexandre Durante, contratado por Artur Paes para acompanhar as investigações sobre o crime que culminou na morte de seu pequeno filho, Joaquim Marques Ponte, de apenas três anos. O assassinato que comove o país inteiro pela forma cruel contra uma indefesa criança.
“Ele também clama por respostas. Tem anseio de justiça. Não contra o Guilherme e a Natália, mas contra os reais culpados”, disse o advogado que fala com Artur todos os dias para contar detalhes das investigações. “Tenho passado os detalhes de maneira precisa, mas a informação generalizada ele tem acompanhado pela mídia. É impossível ver telejornais sem citações sobre o caso”.
Alexandre Durante conta que o pai do menino assassinado e jogado no rio não conseguiu retomar sua vida pessoal e profissional desde o fatídico dia 5 de novembro, quando se noticiou o desaparecimento de Joaquim. Nem está vivendo em sua casa, em São Paulo.
Por conta do assédio da imprensa, ele se recolheu na casa de parentes. Está muito abalado com tudo que aconteceu. Não é para menos. A perda de um filho não muda momentos da vida. A modifica por inteiro.
Na primeira semana do desaparecimento, Artur Paes passou os dias em frente à Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que investiga o assassinato. No domingo, quando o corpo foi encontrado, achou forças ainda para agradecer o carinho das pessoas que protestavam contra a crueldade do fato.
Sempre falou com jornalistas. Foi comedido ao falar da ex-mulher, Natália, e do padrasto de seu filho, Guilherme Longo. Uma só vez perdeu a paciência quando começou a acreditar que o casal poderia ser o responsável pelo desaparecimento.
Cordial, Artur só deixou de falar no dia do sepultamento de Joaquim. E com sua dor mais forte foi ainda diplomático e se esquivou de dar entrevistas com educação. Pedindo que respeitassem aquele momento.
E ainda assim, sofrendo com a perda e com a repercussão que o caso ganhou, ele ainda pretende vir a Ribeirão Preto para agradecer as pessoas pelo carinho e apoio recebido.
O advogado disse que ele viria na quinta-feira, dia 14. Mas foi a uma missa na quarta-feira, pela alma de Joaquim e se emocionou, adiando a viagem, talvez para a próxima semana.
Se vier, será a coroação da imagem de boa índole que demonstrou. Se não vier, todos certamente entenderão que sua dor permanece. E que irá diminuir, sem nunca desaparecer. Infelizmente.