'Monarquia' com voto

'Monarquia' com voto

Vereadores seguem carreiras políticas dos pais ao herdarem parte de seus votos

É bastante provável que o vereador Ricardo Silva (PDT) seja candidato a prefeito de Ribeirão Preto. Caso contrário, a partir do ano que vem, os três deputados estaduais da cidade teriam a chance de ter filhos vereadores. Claro, a depender da eleição de Igor Oliveira, filho do deputado Léo Oliveira (PMDB).

Hoje são vereadores os filhos dos deputados estaduais Rafael Silva (PDT), o próprio Ricardo, e o de Welson Gasparini (PSDB), Maurício Gasparini. Há uma espécie de monarquia, mas com exigência de voto. Uma “continuidade” da vida política dos pais. Welson Gasparini Júnior, irmão de Maurício, também teve um mandato de vereador.

Outros casos já acontecerem e devem continuar a aparecer exemplos na vida política da cidade, onde a influência de pais já com mandato – ou sem – ajuda a eleger os filhos ou irmãos.

O fenômeno “horizontal” já ocorreu com Coraucci Netto (PSD) vereador que foi eleito depois de seu irmão, Corauci Sobrinho (hoje no PHS) ter sido vereador e se tornado deputado estadual. Sobrinho foi ainda secretário estadual e municipal e deputado federal. Agora ele (o Netto) tentará eleger o filho, Jean, para seu lugar.

Também se deu o fato com Fátima Rosa, irmã do ex-vereador Donizeti Rosa. E Maurício Gasparini também certamente teve votos antes dados a seu irmão Gasparini Júnior.

Também filho de políticos, o vereador Maurílio Romano (PP) teve ajuda do trabalho de seu pai, o ex-deputado (estadual e, depois, federal) Marcelino Romano Machado (PP).

Há outros casos mais distantes no tempo, como o de João Gilberto Sampaio Filho, o Gilbertinho, Filho do ex-prefeito João Gilberto; Valério Veloni, filho do ex-vereador José Veloni. Há ainda outros bem anteriores.

Os dois deputados federais com base em Ribeirão Preto também são descendentes de políticos. Baleia Rossi (PMDB) é filho do ex-deputado federal e ex-ministro Wagner Rossi. Já Duarte Nogueira (PSDB) herdou do pai, Antônio Duarte Nogueira, não apenas o nome, mas valiosos votos.

Não há qualquer implicação o político ter herança de votos que os leve aos mandatos. O que o eleitor deve ficar de olho é se vale a pena manter a continuidade da família no poder. Se o eleito corresponde às expectativas.

Porque, no fundo, o que importa é a competência e a vontade de trabalhar. O parentesco pode nem ajudar muito.

SERVIDORES CANDIDATOS
A prefeitura de Ribeirão Preto perde, por três meses, o importante trabalho de ao menos 26 servidores públicos municipais. Os nomes estão no Diário Oficial do Município de sexta-feira, 1º. Isso porque eles disputarão as eleições de 2 de outubro e têm direito – e dever – de se afastar das funções. Os salários, no entanto, continuam sendo pagos. Servidores dos governos estadual e federal que se candidatam também deixam temporariamente seus cargos.

DESCONHECIDOS
E os servidores em questão terão que gastar sola de sapato e muita lábia. A maioria é desconhecida nos meios políticos até por quem trabalha exatamente com política. Podem alguns deles, no entanto, apresentarem votações expressivas por serem lideranças em alguma região da cidade.

SEGURANÇA
O afastamento, previsto na legislação eleitoral, tem o objetivo de assegurar que os servidores não se utilizem de seus cargos para buscar votos. O afastamento não deixa de ser uma oportunidade para servidor que queira ter três meses de afastamento. Em eleições passadas, em uma cidade vizinha, marido e mulher – servidores públicos – foram candidatos por partidos adversários. É o jeitinho.

CONCORRÊNCIA QUESTIONADA
A contratação de empresa para o desenvolvimento de estudos funcionais e projetos básicos e executivos para implantação de corredores de transporte público, da mobilidade urbana, está com a concorrência temporariamente suspensa. A abertura do envelope número 3, de proposta comercial, estava previsto para a última sexta-feira, 1º, mas um recurso da Arcadis Logos S/A, contra o julgamento das propostas técnicas paralisou o certame.

R$ 6 MILHÕES
Com valor estimado em R$ 6 milhões, a concorrência é por técnica e preço. Sete empresas e consórcios já passaram pela habilitação e pela proposta técnica. A empresa que recorreu está em quarto lugar no julgamento de propostas técnicas, com 79 pontos. A primeira tem 92 pontos, a segunda, 88, e a terceira, 83. As outras três têm 77, 76,5 e 72,5 pontos, respectivamente. O julgamento levará em conta a pontuação e o valor oferecido para a elaboração dos projetos. Depois dos projetos prontos será a vez de licitar as obras, com valores próximos a R$ 300 milhões.

Foto: Divulgação

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