Muito além de salários

Guto Silveira

19 Mar 2014 08:35

Como em todos os anos, os servidores municipais de ribeirão preto travam uma luta com a Prefeitura em busca de reajuste salarial e de benefícios recebidos. Há, na maioria das vezes, resistência da Administração municipal em atender a todas as reivindicações no tamanho e proporção em que são apresentadas.

Não é porque os administradores estão contra os servidores. Afinal todos, incluindo aí prefeito (no caso atual, prefeita), vice-prefeito e secretários são servidores públicos. Assim agem os responsáveis para manter o equilíbrio da máquina pública. Para não permitir que o custeio suplante as receitas.

E estão corretos. Governar é eleger prioridades. É escolher áreas de investimento sempre observando a melhor utilização do dinheiro público. E a melhor utilização é dinheiro aplicado em bens que ficam integralizados ao patrimônio público, sob a forma de obras ou equipamentos duráveis.

É claro que é importante valorizar o servidor público para que este preste um bom serviço ao cidadão contribuinte. Para que possa trabalhar com afinco e vontade de resolver os problemas que afligem a população. Mas administrar a coisa pública vai muito além de distribuir receita em forma de salários.

O bom administrador sabe equilibrar entre o desejável e o possível. É o que consegue, mesmo tendo momentaneamente uma imagem ruim diante dos servidores, controlar gastos com folha de pagamentos para investir em obras necessárias à população.

O administrador consciente de suas funções públicas tem a nítida visão de que o servidor público é muito importante, mas é também apenas uma parte da população que é governada. Logo, precisa ter o olho voltado para a classe trabalhadora, sem se esquecer de todo o conjunto da sociedade.

Afinal, nenhum contribuinte quer ver seu suado dinheiro se esvair apenas no pagamento de servidores. Espera sempre que a cidade possa ter um novo prédio, um equipamento mais moderno, uma avenida onde o trânsito possa fluir melhor.

É preciso, então buscar o equilíbrio. Sem privilégios a quem quer que seja.