(Muito) pouco a comemorar

(Muito) pouco a comemorar

 No dia 20 de junho do ano passado, há exatamente um ano, cerca de 25 mil pessoas saíram às ruas de Ribeirão Preto para protestar, inicialmente, por melhor transporte público e tarifas mais justas. De forma pacífica, as pessoas caminharam cerca de cinco quilômetros, entre o Centro da cidade e a zona Sul.


A manifestação, na verdade, foi uma reedição de outras que ocorriam em várias cidades do País. Tudo teria terminado bem não fosse a estupidez de um cidadão que avançou seu carro sobre manifestantes, matando um estudante e ferindo outras quatro pessoas.

Além de destruir a vida da família do estudante, que era filho único, o “acidente” conseguiu reduzir o ânimo de manifestantes em dias posteriores. As convocações para outras manifestações não conseguiram muito sucesso.

Por sorte, Ribeirão Preto não entrou nas listas de cidades que transformaram manifestações quem quebra-quebra, como ocorreu em muitas capitais e ainda ocorre, infelizmente para quem busca o aperfeiçoamento da vida democrática do País.

Depois de um ano em que as ruas foram coloridas por multidões, há pouco a se comemorar e muito a se lamentar. Aproveitadores se infiltraram nos protestos para provocar desordens. Sabe-se lá com quais objetivos.

O que se sabe é que os sonhos de um País melhor, com políticos mais dedicados ao povo, foram dando lugar a uma angústia de que os mal políticos estão vendo nas ruas o que eles esperavam ver: a desmoralização das manifestações.

Mesmo que as manifestações tenham tomado caminho diverso do inicial, ainda resta a esperança das eleições de outubro, onde os eleitores poderão se manifestar de forma ordeira e silenciosa.

Pode ser que os protestos não tenham ocorrido sem finalidade. É bastante provável que as discussões travadas neste período se transforme em um voto melhor, onde os aproveitadores sejam afastados da cena política.

É uma esperança. E esperança não se mata.

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